Arte coluna Bispo Abner 09 novembro 2025Arte Paulo Márcio

“Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo.” (Provérbios 19:1)
Quem nunca ouviu que a pressa é inimiga da perfeição. A pressa em ser visto ultrapassou o desejo de ser verdadeiro. As telas e as redes sociais projetam perfeições fabricadas e discursos moldados para agradar, a integridade se tornou uma virtude silenciosa, e muitas vezes, esquecida.
Não é que o mundo tenha deixado de admirar o caráter; é que ele passou a considerá-lo um luxo raro, um traço quase ingênuo num tempo em que a esperteza é confundida com inteligência e a manipulação, com competência.
A integridade não é uma virtude de conveniência; é um compromisso com o invisível. Ela nasce na consciência, amadurece na coerência e floresce na coragem de fazer o certo mesmo quando ninguém está olhando.
É o que separa o líder que inspira do que apenas impressiona; o profissional que honra o que promete do que apenas entrega resultados; o ser humano que vive com propósito do que apenas sobrevive de aparências.
A Bíblia resume esse princípio com uma clareza que atravessa os séculos: “O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Provérbios 20:7). Essa passagem não fala de sucesso, mas de legado.
O íntegro talvez não seja o mais rápido a subir, mas certamente será o mais firme a permanecer. Sua recompensa não é aplauso, é paz. Sua vitória não é fama, é coerência entre o que diz e o que vive.
Em um mundo que normalizou o atalho, ser íntegro é um ato de resistência. É recusar o “jeitinho”, mesmo que todos o pratiquem. É manter a palavra, mesmo quando ninguém cobra. É dizer não ao lucro fácil e sim ao valor duradouro. É ter consciência de que o caráter vale mais do que qualquer conquista. Integridade é aquilo que sustenta o ser quando tudo o mais desaba. E é justamente por isso que ela assusta: porque exige renúncia e, sobretudo, verdade.
Mas há uma boa notícia: a integridade ainda é contagiosa. Um ato de honestidade inspira outro, e assim nasce uma cultura diferente, uma sociedade que volta a confiar, famílias que voltam a se respeitar, igrejas que voltam a ser exemplo, instituições que voltam a ser credíveis. Não há política pública que substitua o poder moral de um povo íntegro.
Porque, no fim, o mundo pode até esquecer o que é integridade, mas Deus nunca esquece dos íntegros. E a história sempre acaba sendo escrita por aqueles que, quando todos se curvaram, continuaram de pé.
Vamos orar:
Senhor, ensina-nos a viver com verdade, mesmo quando for mais fácil fingir. Que a nossa palavra tenha peso, que o nosso coração permaneça limpo e que as nossas escolhas revelem a Tua presença em nós. Dá-nos coragem para ser íntegros, mesmo quando isso custar aplausos. Amém.