Neste terceiro Domingo do Advento, tempo em que nos preparamos para a celebração do Natal, o Evangelho nos apresenta diversos grupos de pessoas que, tocadas pela pregação de João Batista, fazem uma pergunta essencial: “O que devemos fazer?”
É importante perceber que essa pergunta não surge de um simples senso de dever. Pelo contrário, ela nasce de um coração tocado pelo Senhor, de uma alegria contagiante pela sua vinda. Quando esperamos um amigo querido, a alegria de sua chegada nos move a arrumar a casa, preparar uma boa comida, a fazer o melhor para recebê-lo. Da mesma forma, a expectativa pela vinda de Cristo nos leva a perguntar: “O que devemos fazer para acolher o Senhor?”
Contudo, essa pergunta deve ser levada a um nível ainda mais profundo: “O que devo fazer da minha vida?” O Advento é também um tempo de discernimento. A vida não é algo deixado ao acaso. Ela é um dom de Deus, e somos convidados a descobrir o propósito que Ele tem para nós.
É necessário parar por um momento, refletir e nos perguntarmos como estamos nos preparando para o Natal, não apenas em termos materiais, mas espirituais. Estamos imersos na correria dos preparativos das festas, mas o Advento nos chama a focar no que realmente importa, a voltar o nosso olhar para o outro e para o Senhor.
À medida que o Natal se aproxima, somos chamados a assumir um compromisso concreto, mesmo que pequeno, que se ajuste à nossa realidade de vida. Um gesto simples pode ser uma maneira eficaz de nos prepararmos espiritualmente para o nascimento de Jesus. Podemos telefonar para alguém que está sozinho, visitar um idoso ou um doente, ajudar um pobre ou necessitado.
Talvez seja o momento de pedir ou conceder perdão, de esclarecer uma situação que nos incomoda, ou de saldar uma dívida esquecida. Talvez tenha negligenciado a oração, e depois de tanto tempo é hora de se aproximar do perdão do Senhor. Encontremos algo concreto e realizemos.
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