Amanhã, a Igreja celebra o Dia Mundial dos Pobres, uma data instituída pelo Papa Francisco para nos lembrar daqueles que mais necessitam da nossa atenção e ajuda. O grande pecado contra os pobres, nos alerta o Papa, é a omissão – uma indiferença que se manifesta na frase tão comum: “Isso não me diz respeito, é culpa da sociedade.” Muitas vezes, é mais fácil passar ao largo quando um irmão está em necessidade, mudar de canal quando a situação nos incomoda, ou até nos indignarmos com a injustiça sem tomar nenhuma atitude concreta. Porém, Deus não quer saber se sentimos indignação, mas se, de fato, fizemos o bem.
Quando queremos presentear alguém, procuramos conhecer seus gostos e preferências, para oferecermos algo que de fato a pessoa queira. Da mesma forma, para agradar a Deus, é preciso conhecer seus gostos, e a resposta está no Evangelho. Jesus nos ensina: “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes”. Os "irmãos mais pequeninos" de quem Jesus fala são os famintos, os doentes, os presos, os pobres e os abandonados. Neles, podemos ver o rosto de Cristo, que bate à porta do nosso coração, pedindo amor, misericórdia e solidariedade. Quando vencemos a indiferença e nos dedicamos ao cuidado dos mais necessitados, nos tornamos amigos fiéis de Jesus, que, sendo rico, se fez pobre por nós.
Nos pobres, se manifesta a presença de Cristo, que, em sua fragilidade, traz uma força salvífica. Embora, aos olhos do mundo, esses irmãos e irmãs possam parecer de pouco valor, é através deles que encontramos o caminho para o Céu. Cuidar deles é uma responsabilidade que não se limita ao gesto material de doar, mas também inclui a partilha da Palavra de Deus, que é o verdadeiro pão que alimenta as almas.
Neste Dia Mundial dos Pobres, somos convidados a refletir sobre o que realmente importa em nossa vida. O que estamos buscando? A riqueza que passa e que o mundo nunca parece saciar, ou a riqueza de Deus, que dá a vida eterna? Esta é a grande escolha diante de nós: viver para ter na terra ou dar para ganhar o Céu? Para o Reino dos Céus, não importa o que temos, mas o que damos. Então não busquemos o supérfluo para nós, mas o bem para os outros, e nada de precioso nos faltará.