Estamos próximos da noite santa do Natal, um tempo de reflexão e de profundo significado. Ao pensarmos em Belém, o cenário é simples: um menino pobre, envolto em panos, nasce em um estábulo, rodeado por pastores. Ali, na simplicidade, encontramos Deus. Ele escolheu descer até nós na pequenez, e essa é uma importante mensagem para este Natal: Deus não está na grandeza aparente do mundo, mas na humildade que toca os corações.
Ao pararmos diante do presépio, somos convidados a ir além das luzes e das decorações que enchem nossos olhos, e contemplarmos o Menino Jesus. Na sua pequenez, está Deus inteiro. Aquele que abraça o universo, precisa de ser tomado nos braços. Ele, que fez o sol, precisa ser aquecido. A ternura em pessoa precisa ser cuidada. O Pão da vida tem que ser nutrido. O criador do mundo não tem onde morar.
Tudo se inverte: no Natal, Deus vem pequenino ao mundo. Ele se revela na fragilidade, enquanto o mundo continua a buscar grandeza, poder e visibilidade. Ele se abaixa até nós, enquanto nós, muitas vezes, continuamos a desejar subir em pedestais. Deus, na sua infinita humildade, manifesta-se aos pastores, aos invisíveis e aos esquecidos, enquanto nós buscamos reconhecimento.
Jesus vem ao mundo para servir, e nós, tantas vezes, gastamos nossos dias buscando prestígio e conquistas que, no fim, não nos trazem a verdadeira paz. O Natal, portanto, nos desafia: somos capazes de acolher a pequenez de Deus? Somos capazes de abrir espaço em nossas vidas agitadas para o essencial?
Neste tempo sagrado, devemos pedir a Jesus a graça da pequenez. Essa graça nos faz perceber que Deus habita nos pequenos gestos do cotidiano: nas conversas simples em família, no cuidado com os mais frágeis, no trabalho feito com amor, na escuta paciente e no olhar terno. É no ordinário da vida que Deus realiza o extraordinário.