À medida que nos aproximamos do fim da caminhada quaresmal, o Evangelho nos apresenta uma reflexão profunda sobre a misericórdia de Deus com o episódio da mulher adúltera. A narrativa ressalta a compaixão de Deus, que não deseja a morte do pecador, mas a sua conversão e salvação. A mensagem central é clara: Deus não castiga os erros, mas oferece sempre um novo caminho, uma chance de liberdade, realização e vida eterna.
No relato bíblico, Jesus está ensinando à multidão quando alguns escribas e fariseus trazem até Ele uma mulher surpreendida em adultério. Ela se encontra entre duas forças antagônicas: a misericórdia do Filho de Deus e a ira de seus acusadores. A resposta de Jesus a essa situação é reveladora: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”.
Com essa declaração, Ele desarma os acusadores, que, confrontados com sua própria imperfeição, começam a se afastar, um a um. Esse momento nos convida à reflexão: quantas vezes somos rápidos em apontar falhas nos outros, sem lembrar das nossas próprias fraquezas? Como seria transformador se tivéssemos a coragem de, ao invés de lançar pedras, refletir sobre nossas próprias falhas?
O episódio culmina com a mulher e Jesus, representando, de um lado, a miséria humana e, do outro, a misericórdia divina. É um espelho da nossa própria experiência ao nos aproximarmos de Deus em arrependimento. A mulher adúltera, naquela cena, simboliza todos nós que somos pecadores, ou seja, adúlteros diante de Deus, traidores da sua fidelidade. E a atitude de Jesus revela a verdadeira intenção divina: não a nossa condenação, mas a nossa salvação, por meio da graça que Ele oferece.
Em um tempo como o da Quaresma, somos convidados a refletir sobre nossas próprias ações e atitudes, e a buscar o perdão, sabendo que, assim como a mulher, também podemos encontrar em Jesus a misericórdia que nos salva.