Este sábado caliente, ainda sem previsão de chuva, lembrou a marchinha "Tomara que Chova", na voz da Emilinha Borba. Acho que de 1950, dos autores Romeu Gentil e Paquito. Só que, hoje em dia, temporal causa alagamentos, desmoronamentos, desgraças e mortes. Vejam que, eu morava ao lado da Praça da Bandeira, que ficava submersa logo que começava a chover.
Fiquei, desde pequeno, esperto em matéria de inundações. Nas últimas semanas o sistema de abastecimento de água na cidade anda falhando e falta água ainda em vários bairros. E isso faz a gente sonhar com a chuva. Mas, também, temer as enchentes.
E, entre pingos e tempestades, o carioca continua vivendo entre a cruz e a caldeirinha. O calor vai subindo, na medida em que o abastecimento de energia também vai caindo. É como se todo verão relançassem aquela marchinha de 1954, lembram? “Vagalume”, de Vitor Simon e Fernando Martins: Rio de Janeiro, Cidade que nos seduz, de dia falta água, de noite falta luz”.
O calor, a falta d’agua e o aumento da tarifa de água foram parar no cardápio das conversas da última reunião do Principado de Água Santa. Ibiapina trouxe camarão para o tira-gosto. Adilsinho trouxe sardinha e xerelete. Fred, cerveja. Eu, suco de Pitanga para empurrar a bolacha de água e sal. Ah, e o carvão chegou com os vizinhos de bombordo e de boreste. Uns quatro ou cinco trouxeram apenas as bocas.
Ah, e as gargantas secas. Secas como as torneiras das casas de vários conhecidos. Durante o debate, alguém lembrou do amigo César, parceiro leal de mais de trinta anos que nos deixou recentemente. Bem mais novo que todos os amigos aqui, da caverna. Um preto forte, saudável e que não resistiu a acidente com bicicleta. Em uma homenagem a ele, teve oração e um Viva ao parceiro.
Triste. E, para os ainda sobreviventes, a vida continua, com as lutas que nos aguardam. Para quem segue o Calendário Lunar (nada a haver comigo), hoje ainda é a Nova. Mas amanhã, domingo, é a Crescente. Portanto, fase de crescimento, expansão. Vou aproveitar para tentar crescer um pouquinho.
Como? Eu explico. Fui ao médico semana passada. Entre tantos procedimentos, ele mediu minha altura. Céus! Diminui uns 2 centímetros. Chequei o calendário, era Lua Nova. Agora, pra checar, vou medir novamente depois do domingo, na Crescente.
Se as fases da lua influenciam até as marés, quem sabe, não resolvem o meu encolhimento. Comentei a questão com os amigos durante a reunião na caverna:
Como? Eu explico. Fui ao médico semana passada. Entre tantos procedimentos, ele mediu minha altura. Céus! Diminui uns 2 centímetros. Chequei o calendário, era Lua Nova. Agora, pra checar, vou medir novamente depois do domingo, na Crescente.
Se as fases da lua influenciam até as marés, quem sabe, não resolvem o meu encolhimento. Comentei a questão com os amigos durante a reunião na caverna:
- Bebe cerveja, você fica alto rapidinho.
- Que sugestão ! Fiquei rubro ...
Alguém chegou trazendo batatas doce.
- "Na brasa, é uma delícia" - e explicou:
- santa medicação para quem tem úlcera ou problema de refluxo.
- E as batatas foram parar na churrasqueira.
Com sal grosso, sem iodo, trazido de salina de Cabo Frio Nelson não perdeu tempo:
- Qualquer dia vão inventar churrasco de feijão.
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