Antigo anexo da Alerj abrigava gabinetes dos parlamentares antes da mudança para a nova sedeAlerj

A corrida para a transformação do Palácio 23 de julho, na Praça XV, em Patrimônio Histórico Cultural do estado chegou ao fim. O decreto autorizando o tombamento foi emitido na última quinta-feira, por meio do Diário Oficial. Para o deputado Dionísio Lins (PP) — que correu para emplacar esta lei — a vitória teve um sabor amargo: o projeto de lei mirava em determinar o tombamento do prédio. No entanto, o PL passou por algumas mudanças e acabou sendo sancionado como uma lei autorizativa, permitindo que o prédio passe por esse processo dependendo do interesse do Executivo e de uma recomendação emitida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Cultural (Inepac).

A lei proíbe qualquer tipo de manutenção que provoque mudanças no aspecto cultural do local, e autoriza a realização de convênios entre o governo do estado e órgãos ligados ao turismo e lazer.

Durante o discurso realizado na aprovação do PL na Alerj, Dionísio Lins apontou que a medida foi pensada para preservar a história da cidade. “Nosso objetivo é o de resguardar parte da história de nosso estado, já que o Palácio 23 de Julho é considerado um marco histórico para nossa cultura, e não um "trambolho" como foi classificado”, declarou o parlamentar.

Em março do ano passado, em pleno aniversário do Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) gravou um vídeo pedindo a demolição do prédio e chamou o local de “trambolho” — gerando um grande bafafá e deixando Lins com pressa para aprovar o projeto.
*Colaborou o estagiário Gustavo Braz, sob supervisão de Aline Macedo.