Gustavo Tutuca, secretário estadual de TurismoDivulgação/Alerj
‘O potencial turístico do RJ é permanente’
Em entrevista a O DIA, o secretário Gustavo Tutuca fala sobre como o turismo pode alavancar a economia do estado
Eleito como vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), que reúne gestores de todo o país, Gustavo Tutuca se licenciou da Alerj para comandar a pasta fluminense. Sob sua liderança, o estado foi reconhecido com um prêmio da Bolsa de Turismo de Lisboa, na categoria voltada a entes públicos. Em entrevista a O DIA, Tutuca destaca o potencial turístico do RJ e compartilha seus planos para impulsionar o setor. "Com o fim da pandemia e o aumento de voos internacionais, retomamos a participação em feiras internacionais e buscamos parcerias de publicidade no exterior para atrair mais visitantes para o estado".
Como o senhor enxerga o potencial do setor turístico no Rio de Janeiro?
Tutuca: Diferentemente do petróleo, do óleo e do gás, que sustentam a nossa economia atualmente, mas são recursos não renováveis, o turismo tem um potencial contínuo. As belezas naturais do RJ são permanentes. Nosso desafio é transformar o turismo em uma fonte sustentável de emprego e renda, impulsionando a economia do estado. Para alcançar essa meta, fizemos o plano estratégico "Rio de Janeiro Mais Dez Anos", em parceria com a UFF, que estabelece diretrizes claras para o setor em médio e longo prazo. Reconhecemos a escassez de recursos de investimento no país, especialmente para o turismo, tornando essencial um planejamento estratégico unificado.
Quais são os planos para promover o turismo fora da capital?
Temos estratégias de captação para os diferentes públicos. Quando as restrições da pandemia diminuíram, nós voltamos nossos esforços para manter os turistas fluminenses no estado, incentivando o deslocamento entre regiões. Realizamos eventos como a ExpoRio Turismo e o projeto #TôNoRio, promovendo destinos tanto do interior quanto da região metropolitana. Para o turista doméstico de outras regiões do país, desenvolvemos o projeto "O Rio continua lindo e perto", com ações de publicidade, shows e encontros de negócios, levando os atrativos dos municípios para as prateleiras de agências de viagens, para o turista fechar pacotes e vir visitar o RJ. Também investimos em experiências digitais, apresentando o estado com óculos de realidade virtual. Com isso, registramos recorde de ocupação hoteleira no versão de 2021-2022. Agora, com o fim das restrições sanitárias e o aumento de voos internacionais, estamos investindo na atração de turistas estrangeiros, por meio da participação em feiras e parcerias de publicidade no exterior, especialmente em plataformas de viagem.
Como o senhor, enquanto vice-presidente da Fornatur, enxerga a importância desse órgão?
Cada estado possui sua relevância econômica no turismo e, ao unirmos os gestores, conseguimos compreender as demandas comuns e pressionar por investimentos que contribuem para o coletivo. Também buscamos uma estratégia organizada de promoção internacional pela Embratur, para aumentar o fluxo de pessoas em todo o país. Nossa meta é atrair turistas para o Brasil utilizando os principais atrativos, como o Rio, e depois incentivá-los a conhecer outras regiões. No entanto, enfrentamos desafios, como a escassez de recursos e a necessidade de uma comunicação unificada. É fundamental pressionar a Embratur e o governo federal para conseguirmos fontes de receita que viabilizem ações mais estruturadas.
Como o senhor avalia o processo envolvendo os aeroportos do Galeão e Santos Dumont?
O Galeão foi dimensionado para grandes eventos, mas enfrentou uma queda na atividade por conta da recessão econômica. Ao mesmo tempo, o governo incluiu o Santos Dumont na estratégia de concessão, inflando sua capacidade. Com a pandemia, o Galeão ficou esvaziado e as companhias aéreas preferiram voltar ao Santos Dumont, priorizando voos executivos, que dão mais retorno financeiro. O resultado foi uma queda de voos domésticos e conexões internacionais. Isso prejudicou a economia do Rio. Retirá-lo do processo de concessão foi um passo importante para resolver esse problema. Agora, é necessário também restringir o terminal aos voos executivos e de ponte aérea, permitindo que o Galeão retome as conexões internacionais e impulsione a economia fluminense, aumentando a geração de renda para o estado.
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