Rosângela Gomes.Divulgação

Em seu terceiro mandato como deputada federal, Rosângela Gomes (Republicanos) assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do estado, após ser convidada pelo governador Cláudio Castro. Em entrevista à coluna, falou sobre os programas de inclusão social. "As políticas públicas surgem da necessidade do povo e sua regulação se dá na medida em que essas necessidades vão sendo sanadas. A fome coexiste com outros grandes desafios, como a falta de moradia, o desemprego e outros tantos que infelizmente assolam o Brasil e, porque não, o nosso estado. Por isso, é fundamental envolver a parceria e o olhar atento dos gestores em trabalhar de forma conjunta por medidas preventivas e não paliativas".
Qual será a sua contribuição para o debate político na eleição no Rio de Janeiro e em Nova Iguaçu?
Certamente, a vivência que estou tendo à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos me trouxe um panorama muito detalhado do estado por inteiro e das necessidades de nossa gente. Espero que a minha experiência, de vereadora, deputada federal com três mandatos e agora de secretária, possa contribuir com os debates e com a criação de políticas públicas inclusivas e eficientes.
Ainda tem espaço no Rio de Janeiro para o bolsonarismo?
A democracia se constrói com a participação de todos, sem distinção ideológica ou partidária, e não seria diferente aqui no Rio. Todos nós que temos algum cargo político eletivo somos representantes dos anseios da sociedade. Portanto, quem concederá esse espaço ou não é a população do Rio de Janeiro. O eleitor é o senhor absoluto do seu voto, a ele cabe a decisão, somente a ele. Isso é sempre bom ser frisado. E, ainda que a opção por fulano ou sicrano gere descontentamento em segmentos da sociedade, ela precisa antes de mais nada ser respeitada. Eu enxergo a democracia sendo construída e fortalecida dessa forma.
Muito se discute sobre políticas de inclusão social. Estão inseridos nisso os programas "Restaurante do Povo" e "Café do Trabalhador". Como separar o que deve ser permanente e o que deve ser transitório?
A fome é uma necessidade urgente, é uma prioridade por si só. Algo que se agravou no período pós-pandemia, com postos de trabalho sendo fechados. As políticas públicas surgem da necessidade do povo e sua regulação se dá na medida em que essas necessidades vão sendo sanadas. A fome coexiste com outros grandes desafios, como a falta de moradia, o desemprego e outros tantos que infelizmente assolam o Brasil e, porque não, o nosso estado. Por isso, é fundamental envolver a parceria e o olhar atento dos gestores em trabalhar de forma conjunta por medidas preventivas e não paliativas. Há problemas que são emergenciais, nos quais eu incluo o combate à fome e à pobreza, com absoluta certeza. Acho que aqui no Estado do Rio o governador Cláudio Castro tem tido essa sensibilidade ao tratar das prioridades.
A senhora incluiu na sua agenda política a preservação do meio ambiente. Como facilitar o acesso à pesquisa e à promoção de tecnologias de energia limpa no Rio de Janeiro?
Com investimento e informação. Além do gás, o Estado do Rio de Janeiro tem excelente radiação solar e grande potencial para a implantação de usinas eólicas em diversos pontos, sobretudo em sua vasta região de costa. Precisamos elencar nossos principais desafios na área e debatê-los com a sociedade. Esse precisa ser um esforço conjunto, entre governos federal e estadual, bem como com entidades públicas e privadas e sociedade civil organizada. Não dá mais para adiar esse debate, que está na ordem do dia em todo o mundo e que precisa entrar em pauta o mais urgentemente possível.
Nos últimos anos se viu a mistura de política e religião. O que se aprendeu com este processo no Rio de Janeiro?
A política é feita para todas as pessoas, independentemente da religião que escolheram professar. Assim também acontece com as políticas públicas. Ter a minha fé cristã e minhas crenças não me impedem de fazer política para todos. É dessa forma que sempre procurei exercer os meus mandatos e não seria diferente agora, à frente de uma secretaria tão importante e que necessita ter esse olhar democrático e múltiplo. E o meu dia-a-dia, ouvindo e abrindo espaço para pessoas indistintamente da religião que sigam, prova que continuo adotando esse mesmo critério.
A senhora assumiu o Observatório Nacional de Combate à Violência Política Contra a Mulher, um novo núcleo de trabalho do Republicanos. O que a senhora encontrou de novo nesta função?
Ainda estamos em fase de instalação, mas o meu partido, o Republicanos, entendeu a necessidade de sua existência, uma vez que os altos índices de violência seguem em ritmo de crescimento e todo o território nacional, infelizmente. Mas, como autora da Lei 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir, sancionar e combater a violência contra a mulher, acredito que o observatório poderá contribuir muito para que tenhamos uma sociedade livre desse mal. Não podemos mais, em pleno ano de 2023, aceitar e não se rebelar contras as agressões sofridas pelas mulheres cotidianamente neste país, seja no mercado de trabalho, seja no ambiente familiar.