Conscientização sobre a importância da Baía de Guanabarafoto de divulgação UFRJ/ Eneraldo Carneiro
"Há o risco de extinção de espécies marinhas, como botos-cinzas e raias gigantes, e a redução das atividades turísticas e econômicas na região, que tem hoje 20 mil pescadores com o futuro incerto", completa Fábio Scarano, professor do Instituto de Biologia da UFRJ.
Embora o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ainda não saiba as causas das arraias mortas na Ilha do Fundão, a estimativa de especialistas é de que a Guanabara receba cerca de 18 mil litros de esgoto por segundo e 90 toneladas de lixo físico.
"Entre os problemas enfrentados pela Baía de Guanabara estão o aquecimento das águas, chuvas intensas, o aumento do lixo e queda da qualidade da água", explica o biólogo marinho Paulo Paiva, professor do Instituto de Biologia da UFRJ.
No entanto, os reflexos são muito maiores do que o desaparecimento de espécies marinhas. Hoje, as cerca de 12 milhões de pessoas que vivem na Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara já sofrem com as alterações do clima. Deslizamentos, chuvas intensas, períodos de secas mais longos ameaçando o abastecimento de água e ondas de calor fazem parte do cotidiano da população, distribuída em municípios da região metropolitana do Rio, Baixada Fluminense, Região dos Lagos e Serrana.
Para conscientizar a população carioca da importância dessa região para a qualidade de vida, está aberta ao público a exposição "Futuros da Baía de Guanabara: Inovação e Democracia Climática" na Casa de Ciência da UFRJ, localizada atrás do Shopping Rio Sul, ao lado da antiga Casa de Espetáculos Canecão.
Para ajudar o espectador a responder às perguntas, a mostra recorre a atrações imersivas, interativas e tecnológicas, como exibição do filme "Desafios da Baía de Guanabara", visitas guiadas, oficinas e as Salas das Escolhas e o Mural das Iniciativas.
“Queremos aproximar o público da riqueza e relevância da Baía de Guanabara - um local que faz parte da vida dos cariocas, fluminenses e do imaginário brasileiro, mas ainda pouco conhecido em termos de diversidade, não só ambiental, mas também social, econômica e cultural", explica Leonardo Menezes, curador da exposição e ex-diretor de Conhecimento e Criação do Museu do Amanhã.
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