A falta de pagamento do aluguel já representa 72,9% das ações locatícias na cidade do Rio, de acordo com pesquisa do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) feita com base nas informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em seguida estão despejo por outros motivos (13,4%), renovatória de locação (10,5%), revisional de aluguel (2%) e consignatória de aluguéis (1,2%). O levantamento, que considerou o período os quatro primeiros meses deste ano, também revela que o total de processos referentes à locação no estado chegou a 2.215. Na cidade do Rio, a alta é de 6,7% frente ao mesmo período de 2022. Já no interior, o avanço é de 2,7%.
De acordo com o estudo do Secovi Rio, no ranking das comarcas da cidade que mais registraram ações locatícias no primeiro quadrimestre de 2023 estão Capital (495), Barra da Tijuca (199), Jacarepaguá (145), Madureira (130), Méier (123), Campo Grande (79), Leopoldina (76), Bangu (65), Pavuna (26), Ilha (25) e Santa Cruz (8).
Preço do aluguel bate recorde em abril
O valor médio do metro quadrado (m²) para locação atingiu R$ 38,31 em abril, considerado um novo recorde pelo Índice de Aluguel QuintoAndar. Vinicius Oike, economista da plataforma, avalia que, mesmo com essa alta no preço do m², há sinais de desaceleração. Já no acumulado de 12 meses, o percentual é de 15,7%, o menor desde junho de 2022. “Com o fim da alta temporada de busca por aluguéis e um cenário econômico mais desafiador, a tendência é que haja, a partir de agora, uma acomodação nos preços”, afirma Oike.
De acordo com o levantamento, nos últimos seis meses, 19 dos 22 bairros monitorados pelo indicador registraram alta no preço do m². Além disso, a pesquisa indicou os bairros que mais valorizaram no período: Santa Teresa (22,2%), Barra da Tijuca (21,6%), Ipanema (19,7%), Flamengo (16,1%) e Engenho Novo (14%). Oike lembra que, com esse panorama, uma das formas de economizar é ter tempo para pesquisar o imóvel. A negociação entre as partes é mais uma forma de conseguir um bom valor de aluguel. “Apesar do cenário aquecido, os proprietários continuam aumentando os preços na cidade em geral. Isso não significa, porém, que os contratos fechados estejam acompanhando essa alta na mesma medida. Ou seja, os dados mostram que há espaço para negociar e conseguir um desconto na hora de fechar o contrato”, analisa o economista.
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