As mudanças no Minha Casa, Minha Vida vão permitir que mais famílias tenham acesso ao programa habitacional do governoDivulgação

A coluna ouviu especialistas sobre a ampliação do valor máximo do imóvel do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou de R$ 264 mil para R$ 350 mil. A medida foi aprovada esta semana pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) ressalta que o ajuste era um pleito antigo do setor. Em nota, a entidade destacou ainda o aumento do subsídio, ou seja, o desconto concedido pelo governo para a aquisição de moradias populares, que passou de R$ 47 mil para R$ 55 mil.
"As mudanças no teto, limite e curva de subsídios devem promover um aumento de affordability (acessibilidade) à população de menor renda, permitindo melhores condições de crédito às famílias mais carentes. Este, inclusive, é o objetivo do programa Minha Casa, Minha Vida", lembrou Luiz França, presidente da Abrainc. Para a associação, além de acomodar o aumento dos custos da construção civil, o MCMV vai permitir que cotistas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) comprem imóveis com entrada ainda menor ou, até mesmo, sem nenhum valor de entrada. As mudanças, na avaliação da Abrainc, também devem dar mais capacidade de pagamento para um maior número de famílias brasileiras e, com isso, o governo cria mecanismos que ajudam a combater o déficit habitacional e gerar empregos no setor.
Para Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro), as mudanças vão impactar positivamente no desenvolvimento de novos projetos e no aumento de vendas também dentro do programa. “Muitas famílias vão ter o seu poder de compra aumentado e vão conseguir se enquadrar dentro da sua faixa de renda, seja 1, 2 ou 3, nas diversas oportunidades de empreendimentos que existem”, prevê Saceanu.
Claudio Hermolin, presidente Sinduscon-Rio (Sindicato da Indústria da Construção Civil), concorda. Segundo ele, a decisão traz benefícios nas duas pontas. “A primeira é para o comprador, pois ao aumentar o subsídio, ele entra de novo com capacidade de compra da casa própria, e a segunda é para o desenvolvedor/empresário, que antes tinha dificuldades em viabilizar os projetos e agora vai conseguir tirá-los do papel”, explica Hermolin.
Bruno Murta, CEO da MP Construtora, empresa que tem vários projetos pelo MCMV em São Gonçalo, também comemora. “As mudanças no Minha Casa, Minha Vida foram muito relevantes, principalmente para os mercados das classes B e C. Com isso, novas famílias poderão se enquadrar no programa e muitos empreendimentos com realidades de preços, qualidades e localizações melhores também poderão ser classificados. Certamente as medidas vão fomentar e possibilitar que outros projetos saiam do papel para trabalharmos na redução do déficit habitacional brasileiro”, afirma Murta.