Os tutores precisam garantir o bem-estar, tanto dos pets quanto dos demais condôminos, para evitar conflitos nos edifíciosFreepik
Muitas vezes essa convivência nos edifícios pode trazer problemas entre donos e vizinhos. Para se ter ideia, Marcus Nobre, CEO da uCondo, conta que a empresa recebeu 1.095 reclamações referente a pets no primeiro semestre. “Para evitar conflitos com outros moradores em função da presença de animais de estimação em condomínios é necessário, primeiro, que o tutor do pet esteja ciente das regras do condomínio e também da Lei do Silêncio”, observa Nobre.
Bruno Queiroz, gerente de Novos Negócios da Cipa, lembra que presença de pets em condomínios é assegurada por lei. Mas, é claro, existem deveres. “Os tutores devem, em primeiro lugar, garantir o bem-estar, tanto do bichinho quanto dos demais condôminos. Para isso, precisam ler com atenção o regimento interno. Animais de grande porte devem circular pelas áreas comuns com uso de focinheira, por exemplo. A responsabilidade pela limpeza nos locais em que os pets passam fica a cargo do dono do animal. Isso se estende, inclusive, à unidade autônoma, que não pode ser propagadora de mau cheiro nos corredores”, orienta Queiroz.
Com relação à Lei do Silêncio, o representante da Cipa alerta que, embora o direito de ter um animal esteja assegurado, este não pode se sobrepor ao sossego dos vizinhos. “Mesmo quando os tutores tomam todos os cuidados e seguem as regras estabelecidas, há alguns vizinhos que não gostam da presença dos pets, o que leva a muitas reclamações e desgaste entre os envolvidos. Sendo assim, o bom senso deve prevalecer sempre. Um único latido durante a madrugada, por exemplo, não pode ser enquadrado como perturbação do sossego. Afinal, por mais adestrado que o animal seja, nem todas as suas reações podem ser dominadas pelo tutor”, destaca Queiroz.
Por outro lado, há situações em que, de fato, os barulhos causam incômodo: uivos, choros e latidos em excesso são as principais causas de queixas envolvendo pets em condomínios. E, de acordo com relatos de síndicos, isso tem sido mais comum com o retorno às atividades presenciais dos responsáveis. “Uma boa maneira de evitar esses problemas é investir no adestramento dos pets e, caso o trabalho presencial tenha sido retomado, existem locais adequados que podem recebê-los durante o dia. Assim, eles exercitam a socialização com outros animais, se cansam e se distraem. Também há a possibilidade, no caso dos cães, de contratar um profissional para levá-lo para passear durante o dia, o dogwalker”, aconselha Queiroz.
Cadastro e autorização
- Tamanho e raça: alguns prédios podem ter essas restrições. Algumas raças consideradas agressivas podem ser proibidas devido a preocupações com a segurança dos outros moradores.
- Coleira: a maioria dos condomínios exige que os pets sejam mantidos na coleira ao serem levados para passear nas áreas comuns do condomínio. Isso é importante para garantir a segurança e o controle dos animais e evitar situações desconfortáveis para outros moradores.
- Áreas designadas para animais: alguns condomínios podem ter áreas específicas designadas para bichos de estimação, como espaços para caminhadas, parques ou áreas de recreação. Certifique-se de usar essas áreas para evitar conflitos com outros moradores que possam ter preocupações com alergias, medo de animais etc.
- Limpeza: é fundamental recolher as fezes do animal imediatamente e descartá-las adequadamente. Manter as áreas comuns limpas ajuda a evitar problemas de higiene e odores desagradáveis.
- Barulho: certifique-se de que animal não esteja causando perturbações excessivas devido a latidos constantes, uivos ou outros ruídos. Isso pode causar desconforto aos vizinhos e violar as regras do condomínio.
- Danos às propriedades: o dono é o responsável por quaisquer danos causados pelo animal de estimação às áreas comuns ou propriedades de outros moradores. Isso inclui arranhões em elevadores, corredores, jardins etc.
- Respeito aos vizinhos: lembre-se de que nem todos os moradores do condomínio podem gostar ou se sentir à vontade perto de animais de estimação. Sempre mantenha o animal sob controle e evite abordar pessoas que claramente não desejam interação com animais.
- Cumprimento das leis locais: certifique-se de que o animal de estimação esteja cumprindo todas as leis locais de vacinação, registro e regulamentação de animais.
- Penalidades: o não cumprimento das regras de animais de estimação do condomínio pode resultar em advertências, multas ou mesmo a proibição de ter pets no local.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.