Nova alta da Selic impacta diretamente a indústria da construção e o mercado imobiliárioFreepik
Nova alta da Selic preocupa mercado imobiliário
Juros elevados restringem o acesso ao crédito e dificultam os investimentos no setor
O mercado imobiliário está preocupado com a mais nova alta da Selic (taxa básica de juros da economia brasileira), que passou de 13,25% para 14,25% ao ano, em decisão anunciada nesta quarta-feira pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC). É o maior patamar desde outubro de 2016. Em nota, a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) considerou que a decisão intensifica os desafios enfrentados pela economia brasileira.
"Os juros elevados restringem o acesso ao crédito, dificultam investimentos e ampliam as despesas financeiras de famílias e empresas, com efeitos profundos em diversos setores produtivos do país. A Abrainc entende, porém, que a medida tem sido necessária para reduzir a pressão inflacionária, mas, reforça que o governo precisa construir um caminho estrutural para que a taxa Selic seja reduzida de forma perene nos próximos anos. Para isso, é muito importante que haja responsabilidade fiscal e maior controle do gasto público", ressaltou a entidade.
Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro), concorda. "A decisão do Copom impacta diretamente a indústria da construção e o mercado imobiliário. Por um lado, aumenta os custos de produção, pois a captação de recursos para as empresas executarem os seus projetos fica mais cara. E isso pode gerar menos empregos no médio prazo. E o outro impacto está ligado direto ao comprador do imóvel. A Selic alta também gera um aumento na taxa de juros do crédito imobiliário, fazendo com que o sonho da casa própria fique ainda mais distante para milhares de famílias", observa Hermolin.
Outro ponto importante, segundo ele, é que os juros nesse patamar estimulam o investidor a manter o seu dinheiro parado e não investido na produção. "Isso dificulta também a captação de recursos, diminuindo as opções disponíveis no mercado para a execução de projetos", avalia o presidente do Sinduscon-Rio.
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