Vereador Pedro DuarteDivulgação

Repensar a mobilidade urbana é um dos grandes desafios que o Rio de Janeiro tem pela frente. O trânsito caótico, a falta de integração entre diferentes regiões e o impacto das estruturas elevadas, tais como viadutos, são questões que precisam ser enfrentadas. Essas construções, que antes eram vistas como soluções para o fluxo de veículos, hoje se tornaram obstáculos visuais e dividem a cidade. É hora de transformar o Rio em um lugar mais acessível e integrado.
Além de dificultarem o “diálogo” entre as diferentes localidades do município, estruturas elevadas fragmentam bairros e promovem degradação. Em vez de facilitar a vida dos cariocas, perpetuam um modelo ultrapassado. Por isso, precisamos pensar em soluções modernas, focadas na qualidade de vida e na integração das regiões.
Um exemplo dos efeitos positivos dessa transformação foi a demolição do Elevado da Perimetral. Durante décadas, essa construção separou a Zona Portuária do Centro, bloqueando o desenvolvimento e criando barreira entre a cidade e sua orla. Com a remoção, áreas como o Boulevard Olímpico e a Praça Mauá foram revitalizadas, tornando-se espaços que atraem moradores e turistas. Hoje, a Zona Portuária é um exemplo de reconexão urbana que oferece qualidade de vida e fomenta a economia.
Outro viaduto que merece atenção é o 31 de Março, entre o Centro e a Zona Norte, nas proximidades do Sambódromo. Além de separar regiões, degrada o entorno de uma área com enorme potencial turístico e cultural. Sua remoção abriria espaço para praças, lazer e infraestrutura moderna, beneficiando moradores e visitantes. Integrar o Sambódromo ao tecido urbano é uma oportunidade única de revitalizar a região e está em discussão pela Prefeitura.
Essa fragmentação da cidade tem como um dos seus exemplos máximos o Elevado Paulo de Frontin, no Rio Comprido. Construído para ligar a Zona Norte ao Centro, trouxe poluição visual, sonora e degradação ao entorno. Substituir essa estrutura por mergulhões e revitalizar a superfície com áreas verdes e praças seriam grandes avanços para o bairro e para a cidade, promovendo mais saúde e conexão.
Na Barra da Tijuca, o Viaduto dos Bandeirantes, no cruzamento da Avenida das Américas com a Avenida Ayrton Senna, também poderia ser um candidato à substituição. Sua remoção possibilitaria um mergulhão, melhorando a mobilidade e liberando espaço para áreas públicas, ciclovias e verde. Além disso, integrar o Terminal Alvorada, a Cidade das Artes e o Bosque da Barra poderia transformar a região em um polo cultural, ambiental e de mobilidade.
Para que essas mudanças sejam eficazes, é fundamental priorizar o transporte público. Expandir metrô e VLTs, junto a ônibus integrados, reduz períodos de deslocamento, devolvendo tempo às pessoas. Menos horas no trânsito significa mais qualidade de vida, permitindo que os cariocas aproveitem espaços públicos e desfrutem de uma cidade mais humana.
Transformar o Rio de Janeiro exige coragem e visão. Remover viadutos, construir mergulhões e expandir transporte público são passos cruciais para uma cidade integrada e sustentável. Essa é a oportunidade de reinventar o espaço urbano, priorizando as pessoas e criando um Rio que pertença aos cariocas.