Ao lado de outros quatro participantes, a decoradora Cléia Fabiana finaliza aquecimento momentos antes de iniciar sua participação na 2ª Maratona de Niterói, no último domingoArquivo Pessoal

Dizem que procurar um filho desaparecido é uma maratona. A decoradora Cléia Fabiana, de 48 anos, resolveu colocar em prática o ditado popular e usar, literalmente, o esporte para divulgar o caso do filho Nykollas dos Santos, 17 anos, que sumiu, há cerca de 1 ano, após sair da casa para encontrar com amigos, em Itaboraí, na Região Metropolitana o Rio.
Com apoio de patrocinadores, que se sensibilizaram com a causa, Fabiana conseguiu angariar fundos para formar uma equipe com outros 4 corredores e participar da 2ª Maratona de Niterói, na manha do último domingo, no centro da cidade. Além da divulgação, a decoradora teve a oportunidade de contar sobre a peregrinação em busca do filho, que, assim como uma maratona, exige concentração, dedicação, além de força mental e espiritual.
‘Temos que ser fortes’
Para a decoradora, participar do evento esportivo foi uma experiência diferente, emocionante e importante para sua causa. “Buscar um filho desaparecido é como uma maratona diária. São dias e noites caminhando, distribuindo cartazes, participando de campanhas com outras mães e entrando em locais que você nunca imaginava. Temos que ser fortes para superar as adversidades”, disse Fabiana.
Além do estresse no acompanhamento das investigações, na busca por justiça, a mudança de rotina na família também foi ressaltada pela decoradora. “O sumiço de um filho muda a rotina de toda família. Assim como um maratonista, temos que ser dedicados, saber ultrapassar cada ‘quilômetro’ da vida, focar na chegada, mesmo que esteja longe”, reitera a decoradora, que recebeu apoio de familiares, amigos e do pastor da sua comunidade evangélica, que também participou do evento.
Sumiço ocorreu quando adolescente seguia para um projeto social
O estudante Nykollas Quina de Mattos dos Santos, então com 16 anos, desapareceu no dia 25 de março de 2022, quando seguia para um projeto social esportivo. Ele costumava, antes da atividade, se encontrar com amigos em uma praça da região. O adolescente foi visto pela última vez saindo da casa de uma das amigas. Ele estava sem aparelho celular e usava camisa preta, com detalhes coloridos, bermuda cinza e sandálias de dedo.
De acordo com familiares, na ocasião, o adolescente trabalhava ajudando os pais em suas atividades profissionais e nunca ficou fora de casa sem avisar. Querido pelos amigos, o estudante não apresentava mudança de comportamento e tampouco tinha problemas de saúde.
Esperança: estudante teria sido visto em hipermercado
Em junho de 2022, cerca de três meses após o sumiço, a esperança pela localização do estudante ganhou um novo fôlego, após um jovem, com as mesmas características de Nikollas, ter sido flagrado em imagens do circuito interno de um hipermercado, no bairro Porto Velho, em São Gonçalo. Um casal, que teria comprado um biscoito a pedido do jovem, comunicou à família após reconhecê-lo em fotografias divulgadas nas redes sociais.
Após mobilização de familiares, amigos, e solicitação da polícia com anuência da Justiça, o hipermercado liberou as imagens, que foram analisadas pelos agentes do Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP), unidade sediada na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) responsável pelas investigações sobre o desaparecimento do estudante.
Na ocasião, de acordo com a família, o rapaz que aparecia nas imagens era do jovem Nykollas, mas, apesar de intensificarem as buscas na região, ele ainda não foi encontrado. Há cerca de 1 mês, um outro casal foi abordado por um rapaz, com a mesmas características do estudante, na saída de um bar, no centro de Niterói. Eles fizeram contato com a família. Novamente foram realizadas buscas na região, mas o Nykollas continua desaparecido.

Informações- Contatado pelo DIA Online, o SDP/ Niterói informou que as imagens foram analisadas, as investigações estão em curso e todas medidas cabíveis estão sendo tomadas para encontrar o paradeiro do estudante. Informações sobe o paradeiro do Nykollas podem ser repassados aos telefones do Disque-Denúncia (2253-1177) ou da DHNSGI (2718-5361) com garantia do sigilo e anonimato