Estudante Christian de Souza, de 15 anos, foi encontrado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, após ficar desaparecido por 9 diasArquivo Pessoal

Após 9 dias de intensas buscas, o desaparecimento do estudante Christian de Souza Rodrigues Leite Barrilari, de 15 anos, teve um final feliz. O reencontro com familiares e amigos ocorreu, no início da tarde desta quarta-feira, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Ainda desorientado, o adolescente foi localizado por colegas e professores ao chegar ao curso de informática, no centro comercial da região.
De acordo com relato de familiares, o estudante, que sofre do Transtorno do Espectro Autista (TEA), estava, aparentemente, bem de saúde, mas demonstrava irritabilidade, por conta, sobretudo, do período sem fazer uso dos medicamentos controlados. Crhistian estava usando roupas e calçados diferentes dos que havia saído de casa, em Santa Cruz, no último dia 4, indicando, conforme a família, a hipótese de ter sido aliciado ou ficado em cárcere privado.
Conforme divulgado, na última terça-feira, com exclusividade, pela coluna ‘Desaparecimentos em Pauta’ no Dia Online, um homem, de aproximadamente 40 anos, foi visto, algumas vezes, conversando com o estudante nos arredores da escola, alguns dias antes do sumiço. O suspeito já foi identificado pela família, que levará as informações ao conhecimento do Conselho Tutelar e da polícia, que solicitará imagens da escola e comércios para ajudar nas investigações.
Aliviada com o desfecho do caso, a dona de casa Cristiane de Souza, de 42 anos, agradeceu à rede de poio que recebeu durante as buscas ao filho. Ela ressaltou, no entanto, a importância de as investigações esclarecerem e revelarem os responsáveis pelo sumiço do filho. De acordo com a dona de casa, após o caso ser divulgado na mídia, recebeu contatos de outros estados e até moradores de rua a ajudaram na procura ao Christian.
‘Ficar sem um filho é a maior dor de uma mãe’
“Foram nove dias sem dormir. Tenho que agradecer a muita gente. Estamos felizes com o desfecho feliz, mas poderia acabar em tragédia. Por isso, fazemos um apelo às autoridades para que os culpados por esse sumiço sejam identificados e responsabilizados. Outras famílias precisam ser poupadas desse sofrimento. Ficar sem um filho é a maior dor de uma mãe. Vamos repassar as informações à polícia e ao Conselho Tutelar. Agora, nosso foco será reiniciar o tratamento do Crhistian e conseguir meios para adquirir os medicamentos. Obrigado a todos”, agradeceu a mãe do estudante.
Alerta aos pais e autoridades
Para Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Criança Desaparecida, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), a localização do estudante Christian de Souza revela a importância do apoio da mídia e das rede sociais nas buscas aos desaparecidos, mas, em contrapartida, reacende o alerta sobre os riscos de aliciamentos nos arredores das escolas e da responsabilidade dos pais na constante vigilância em relação às redes sociais.
“Por se tratar de um adolescente que requer cuidados especiais, o sumiço do Christian serve de alerta às autoridades, pais e educadores em relação à segurança nos arredores das escolas, sejam instituições públicas ou privadas. Reiteramos também, a importância do diálogo e da vigilância dos responsáveis em relação aos acessos às redes sociais de seus filhos, pois, seja virtualmente ou fisicamente, estamos diante de uma rede de aliciadores que buscam facilidades para agir”, ressalta Oliveira.  
Cuidados nas redes sociais
Em se tratando de cuidados com as redes sociais, o psicólogo Pedro Otávio Lima chama atenção para a necessidade de ações preventivas. “Sobre o cuidado em casa, consideramos essencial ter atenção aos tipos de conteúdos consumidos pelos jovens. O ideal é conhecer os principais contatos e estabelecer um diálogo com respeito, reforçando orientações e esclarecendo dúvidas. Dessa forma, também é importante uma constante interação entre responsáveis e instituições de ensino para prevenir a ação de aliciadores”, explica o psicólogo.