Por daniela.lima

Rio - A chapa continua quente no morro, mesmo com a instalação das UPPs. Revelado há 13 anos com o CD ‘Traficando informação’, Alex Pereira Barbosa — o ‘rapper’ da Cidade de Deus conhecido pelo nome artístico de MV Bill — não foge à luta e aborda o processo de pacificação com olhar crítico em ‘O soldado que fica’, uma das nove músicas inéditas do EP ‘Monstrão’. Trata-se do sexto disco de Bill. 

MV Bill acorda o 'Monstrão'%2C seu sexto discoDivulgação


FAIXA SOBRE AS UPPS

Gravada com participações de Kmila CDD (irmã de Bill e nome recorrente no disco) e Maíra Freitas, a faixa sobre as UPPs propaga o discurso duro do ‘rapper’, que aponta desarmonias nas comunidades. Bill também endurece ao discutir a relação em dueto com Kmila CDD no rap ‘Estilo vagabundo 3’. A lavagem de roupa suja foi produzida pelo DJ Caíque com sons árabes.

Musicalmente, ‘Monstrão’ reforça a conexão de Bill com DJs como Caíque e Nyak. Daí a variedade de timbres. Produtor da faixa ‘A Luz’, o baiano Gug funde o baticum dos tambores afro-brasileiros com a batida do rap. Só que a mistura resulta pouco azeitada, sem suingue. Faltou molho...

‘Eu vou’ é rap pontuado por ‘sample’ de ‘Alegria alegria’, sucesso tropicalista de Caetano Veloso em 1967. Já ‘Vivo’, tema no qual Bill discorre sobre a competição no universo do hip hop, inclui ‘sample’ de música latina.
Pela alta velocidade de ‘Sigo’, ‘Monstrão’ indica que Bill não tem tempo a perder. Afinal, a chapa continua quente.

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