Em 2015, Raphael Sander chamou a atenção do Brasil ao protagonizar uma cena nu diante de Marieta Severo em 'Verdades Secretas', da Globo. Na sequência, a personagem dela (Fani) pedia que o rapaz tirasse toda a roupa e avaliava se ele "servia" para os interesses sexuais dela. "Depois de pedir para o meu personagem dar uma voltinha, ela afirmava: 'Serve'. Já ouvi muito isso. Nossa! Toda hora na rua, rede social. É daquelas coisas que vou levar para o resto da vida. Eu acho maneiro. É o reconhecimento do público", diverte-se Sander, de 30 anos.
ESTEREÓTIPO
Atualmente no ar como o judeu ortodoxo Noah, em 'Apocalipse', da Record TV, Raphael diz que o personagem sai da sua zona de conforto. "Ele foge do estereótipo do galã, do cara sem camisa. Estou muito feliz. É o maior personagem que eu já fiz até então. E o mais complexo e diferente. Dá um frio na barriga sair da zona de conforto", afirma.
"Como ator trabalhando na TV, algumas produções gostam de manter a gente naqueles estereótipos. Não é culpa de ninguém, nem é errado. Mais fácil manter a pessoa naquele perfil porque vai chegar mais preparada para fazer. Não são todas as vezes que a gente consegue ter um personagem que foge totalmente do nosso estereótipo", completa o ator.
"Não completamente, uns 80%", retifica, aos risos.
TRAMA
Na história de Vivian de Oliveira, Noah (Raphael) é um militar. Judeu ortodoxo, ele se apaixona por Isabela (Paloma Bernardi), que é totalmente diferente dele. "Esse amor mexe com o Noah", afirma.
COMPOSIÇÃO
Para compor o personagem, Raphael pratica krav magá - luta de autodefesa israelense - desde outubro do ano passado. "Decidi fazer por fora, além dos primeiros treinos oferecidos pela Record, porque meu personagem tem muitas cenas em que ele usa o krav magá. Queria chegar o mais preparado possível", reforça ele, entusiasmado.
MEGAHAIR
Além disso, Raphael usa um megahair com péot (os cachos de cabelos laterais característicos dos judeus ortodoxos). "Tinha opção de colocar um Tic Tac na hora de gravar e tirar quando acabasse. Mas eu gosto de tê-lo (péot) no meu dia a dia para sentir o personagem e perceber como é o olhar das pessoas e como ele se relaciona com isso. Acho que isso facilita meu trabalho no dia a dia", entrega.
E como as pessoas reagem quando te olham na rua com esse visual? "Me olham diferente. Estranham como se fosse um cara de outro planeta. Tenho estudado muito a religião judaica e fico impressionado com a força dela e sua riqueza em detalhes", diz.
