Luellem de Castro - Marília Cabral/TV Globo
Luellem de CastroMarília Cabral/TV Globo
Por Gabriel Sobreira

Rio - Luellem de Castro, a Talíssia de 'Malhação: Vidas Brasileiras', passou a infância no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. "Fui muito feliz lá", diz a atriz. Como o bairro ficava distante do trabalho e o transporte era precário, ela se mudou para a Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca. "Escrevi 'Menina Hareboa' em um momento em que minha vida estava mais voltada para a Zona Sul do que para a Baixada. Estava fazendo faculdade na Urca, estava em um grupo de teatro que tinha meninas da Barra da Tijuca e de Laranjeiras", conta a jovem de 23 anos, que lança o single em um show, hoje, às 19h, no palco do Ganjah, na Lapa.

"A música fala sobre privilégios. Sempre percebi nas pessoas privilegiadas à minha volta uma aparente vontade de ajudar, mas nunca um movimento para resolver. A música é sobre isso. No show, costumo dizer que a música é um aviso: 'Ter consciência do problema não é o suficiente para resolver o problema'", frisa. "Acho que saber que o problema existe é um primeiro passo primordial, mas acredito que a discussão tem avançado e quem ainda está nesse primeiro passo precisa urgentemente correr pra ação", acrescenta ela.

ANIMADA

Para o show de logo mais, Luellem quer mostrar aos amigos e apoiadores que acompanham a carreira dela como anda o trabalho que ela produz. "Vai ser meu primeiro show longo, focado. Primeira vez que lanço uma música. Tô tão animada. Gravando a novela é difícil (ter) agenda, então ainda não sei de novas datas (de shows)", conta ela.

NOVELA

Na TV, a atriz interpreta Talíssia, uma jovem da periferia, mãe solteira, desempregada. A cantora diz que ouve relatos de meninas como a sua personagem. "Tenho uma amiga, Allana Ramos, que é mãe solteira e novinha como a Talíssia. Somos amigas desde criança. Quando preciso pensar em alguém próximo para me inspirar, penso nela", indica.

Segundo Luellem, é extremamente importante que o público veja pessoas reais na TV. "Essas meninas existem. Acho que quanto mais a gente cultua pessoas 'irreais', pessoas que fazem parte de uma parcela pequena da população, mais a gente afasta as pessoas da possibilidade de se sentirem bem sendo quem elas são normalmente na vida", afirma.

"Se tudo que fala de cotidiano na grande mídia não inclui uma maioria, essa maioria começa a se sentir minoria, se sentir pequena, menos importante. Por isso, temos usado tanto a palavra representatividade. É importante", defende.

SHOW

No palco, Luellem estará mais do que bem acompanhada. Ao lado dela estarão Kalebe Nascimento (bateria/percussão/voz), Fernanda Albuquerque (voz) e João Loroza (violão/guitarra/beatbox/bailarino). "Eles fazem parecer que todo show é uma festa nossa. Minha expectativa é que seja divertido para o público como é para mim. Nosso som é triste e feliz, leve e pesado. Tanta coisa junta. Som de gente de verdade, feito pra gente de verdade", resume.

Pretende lançar um CD? "Ah, quem sabe. Tem acontecido tanta coisa na minha vida. Talvez não seja uma má ideia", diz a compositora.

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