Taís (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) em 'Pais de Primeira) - Paulo Belote/TV Globo
Taís (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) em 'Pais de Primeira)Paulo Belote/TV Globo
Por Gabriel Sobreira

Rio - A chegada da cegonha não traz só a alegria de um novo ser na vida dos pais sejam eles de primeira viagem ou não. Junto com o amor pelo bebê, vêm a responsabilidade, o medo, a insegurança e outros aspectos, que muitas vezes não são ditos. A série cômica 'Pais de Primeira', de seis episódios, que estreia hoje, às 13h50, na Globo, é justamente sobre os prazeres e as dores da chegada do bebê, em meio a mudanças extremamente significativas no papel dos pais e das mães do século 21.

"Hoje, espera-se que o homem divida a criação do filho. Nunca passou pela cabeça do meu avô, por exemplo, que ele tivesse qualquer coisa a ver com a educação dos filhos. Era um problema feminino. No caso do meu pai, esperava-se que ele ajudasse, mas não que dividisse as tarefas com minha mãe. Na minha geração, espera-se que de fato seja algo dividido igualmente e essa adaptação do casal, que não está habituado a esse cenário, é uma das graças da história", explica Antonio Prata, autor da série.

TRAMA

Depois de seis anos juntos, Taís (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) são pegos de surpresa com os dois tracinhos do exame de gravidez, que indicam que eles serão pais. Era para ser a melhor notícia do mundo, mas é possível que eles demorem um tempinho para perceber isso.

"A gente leu livros, viu filmes, séries, que falam de maternidade, gravidez. Tivemos experiências com amigos próximos que vivem isso. Mas ao mesmo tempo que você lê bastante, estuda muito, na hora é outra história. Um ser vivo que pode acontecer qualquer coisa. Ninguém nasce sabendo como faz. Parecia mesmo que a gente ia ter filho, estudando, vendo coisas", diverte-se Sauma.

BASTIDOR

Renata conta que são usadas três bebês meninas, que se revezam para dar vida à pequena Lia, filha do casal protagonista. Mas a atriz lembra que, uma semana antes do período de adaptação com os bebês, ela pegou conjuntivite. Ou seja, o tempo para ter intimidade com os pequenos foi por água abaixo. "A gente achou interessante porque a primeira vez que eu ia pegá-los, eu não saiba como fazer e isso aproveitamos para a personagem", afirma ela.

Segundo a atriz, os horários dos bebês é o único ponto a que o elenco e todos os demais envolvidos precisam se adequar. "Tipo, se a gente precisa deles naquela hora, mas um acabou de mamar, ou quer dormir e está irritado. Às vezes, a gente fica com o set parado esperando alguém (algum bebê) acordar (risos) ou a fim de ficar lá de boa. No começo, o bebê vinha para o meu colo e imediatamente chorava. Eu falava: 'Gente, ela me odeia'", brinca, aos risos. "E eu passava isso para a personagem, que falava: 'Sou uma péssima mãe, ela não quer ficar comigo", completa.

DILEMAS

George diz que, por parte dos amigos, parece acontecer um "baby boom". "É chá de bebê toda semana (risos). Tem bebê de um, dois, três meses", diverte-se ele. "Todo lugar que eu vou tem um bebê do meu lado (risos). É em restaurante, aeroporto", acrescenta Renata.

"A gente ouve dizer: 'Você vai ter filho e vai ser só amores, alegrias', mas a série conta que tem momentos que você acha que não vai aguentar, que é muita trabalheira, canseira. Dá muito medo, é um ser muito pequeno. É um pai não sabendo se a bebê está respirando, a mãe não sabendo se vai conseguir amamentar, é o tempo inteiro os personagens se deparando com muito medo", frisa o ator.

Renata, de 32 anos, diz que não se questionava quando o assunto era maternidade. Mas que há alguns anos analisou profundamente o assunto e viu que não queria. "Está sendo interessante passar por essas sensações de ter um ser que saiu de você, tem meio que a sua cara, é quase um bonequinho, e que você é responsável por isso. Se quebrar, a culpa é sua, entrar em contato com essa culpa de mãe, que é uma culpa muito grande, enorme, que a mãe sente", revela a atriz. "São sensações muito intensas. Tanto da gravidez, da mulher sumir. A gente fala sobre isso na série, sobre a mãe virar o pacote do filho. Ninguém olha para ela, só o filho. Ela perde um pouco a identidade. É muita intensidade", completa.

AGREGADOS

Só que os pais de primeira viagem não estão sozinhos nessa aventura. Tem Patrícia (Monique Alfradique), que é irmã de Taís e casada com Fred (Rodrigo Ferrarini). Patrícia sabe tudo sobre gravidez e é a típica mãe perfeita, cujo marido também é exemplo de marido, pai e profissional. Sílvia (Heloisa Périssé) e Luis Fernando (Nelson Freitas) são os pais das duas. Já na família de Pedro tem os pais dele, Rosa (Marisa Orth) e Augusto (Daniel Dantas). Todos vão adorar opinar sobre como cuidar da recém-chegada Lia.

"O Pedro e a Taís, às vezes, aceitam as dicas, outras não, e outras deveriam aceitar. O casal sempre expõe suas inseguranças. Construímos uma relação desse casal muito sólida. Eles têm parceria muito bacana e intensa, exatamente por causa das turbulências quando nasce esse filho", entrega Sauma.

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