O ator Alexandre Lino em cena do espetáculo no Teatro Café Pequeno  -  Janderson Pires
O ator Alexandre Lino em cena do espetáculo no Teatro Café Pequeno Janderson Pires
Por

Até 23 de dezembro, no Teatro Municipal Café Pequeno, no Leblon, o público poderá ver Alexandre Lino em cena no premiado 'O Porteiro'. "Levamos seis meses recolhendo depoimentos", conta Alexandre, que estrela a comédia e tem 20 anos de profissão.

Vencedora do prêmio FITA, a peça conta uma história comum a tantos brasileiros, já que o texto foi montado a partir de entrevistas com vários porteiros nordestinos que deixaram sua cidade natal em busca da realização de seus sonhos no Rio de Janeiro e São Paulo.

"No meio de nossa sociedade existe um Brasil notado por poucos. Um grupo formado por pessoas que, apesar de conviver conosco, até frequentar nossa casa e fazer parte de seu dia a dia, é como se não estivesse lá. O espetáculo inverte tudo isso, e são eles, os porteiros, os protagonistas", diz Lino, que também é migrante. "Sou de Gravatá, Pernambuco. Esses espetáculos têm um compromisso com a realidade de meu povo. Faço questão de levar à cena as falas com a mesma força. Faço humor com perspectiva documental".

INVESTIGAÇÃO HUMANA

Com direção de Paulo Fontenelle, que também assina o texto, a montagem, que já passou por diversos estados brasileiros, é uma homenagem a todos esses profissionais.

"Eles deixam a invisibilidade para apresentar a realidade como um grande parque de diversão. Afinal, invisível não são as pessoas, invisíveis são suas histórias", conclui o ator, sobre a peça que dá sequência à linha investigativa da Documental Cia, que nasceu em 2012 com a peça 'Domésticas' e passa por grandes sucessos como 'O Pastor' (2013), 'Acabou o Pó' (2014), 'Nordestinos' (2015), 'Volúpia da Cegueira' e 'Lady Christiny' (2016), que têm um compromisso com o real e a perspectiva do pertencimento para suas obras.

Você pode gostar
Comentários