Maria Gal está em 'As Aventuras de Poliana', do SBT; abaixo, em cena com Nando Cunha - Pino Gomes
Maria Gal está em 'As Aventuras de Poliana', do SBT; abaixo, em cena com Nando CunhaPino Gomes
Por BRUNNA CONDINI | brunna.condini@odia.com.br

Rio - Maria Gal, a Gleyse de 'As aventuras de Poliana', do SBT, vive na trama uma mulher batalhadora, casada (com o ator Nando Cunha) e mãe de dois filhos adolescentes. Moradora de uma comunidade, a personagem luta para dar um futuro digno aos filhos.

"Ela representa a mulher brasileira e moderna que corre na frente em busca de seus objetivos. Quer empoderar a família e os seus filhos. Tem uma relação generosa e amorosa com os filhos e deseja que eles tenham oportunidades na vida que ela não teve. Acredito que uma boa parte da mulher brasileira se identifica com esse núcleo", diz.

A baiana de 38 anos e 10 de carreira trabalha ativamente para combater o racismo, inclusive nas produções em que se envolve. Tanto que criou a Maria Produtora, com o objetivo também de gerar conteúdos audiovisuais com artistas negros no cinema e na TV. "Tenho a produtora desde 2011. Resolvi apostar nos meus projetos quando fui recusada por um diretor para um papel devido ao tom da minha pele, que não era 'comercial'", lembra. "Vejo como uma oportunidade devido à carência do mercado em oferecer produtos que nos representem".

A atriz, que já sofreu racismo, fala do assunto. "Ainda estamos engatinhando nas políticas públicas que, de fato, possam 'pagar' a dívida histórica que o Brasil tem com os negros", reflete. "Esse é um dos graves problemas deste país. Desde os livros que são ensinados nas escolas até as políticas de cotas, que são necessárias em todos os setores públicos. Uma população de um país que não conhece sua história, que não tem memória e não privilegia sua diversidade, é um povo fadado ao retrocesso".

Com a produtora, ela investe no projeto do longa 'Carolina', que conta a história de Carolina Maria de Jesus, uma das mais importantes escritoras negras do país. No filme, Gal é a protagonista e também assina a produção, que terá a direção de Rogério Gomes. "Estamos em fase de captação. É muito importante falar da história de vida dessa mulher negra e semianalfabeta, que ganhou o mundo por meio de um best-seller traduzido para 14 idiomas, em mais de 40 países. Uma brasileira muito importante que muito me emociona", diz.

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