Rio - Mirtes (Elizabeth Savala) é uma beata que se mete com todo mundo em 'O Sétimo Guardião', da Globo. É a guardiã da moral e dos bons costumes de Serro Azul. E ai de quem estiver por fora do crivo que ela acha que é moral, a loura vai em cima. Não tem medo de ninguém, enfrenta todo mundo. Tudo em nome dessa moral que ela acredita ser a defensora.
"Se entrar no meu Instagram, vai ver as pessoas dizendo: 'A Mirtes é a minha sogra escrita', 'a minha mãe foi assim'. Existe uma grande parcela da sociedade brasileira que quer e gosta muito da Mirtes. Eles a acham corretíssima. Está cheio de Mirtes por aí, cheio de gente que gosta de controlar a vida dos outros. Até jornalista é assim", provoca a atriz, aos risos.
ANDA DE METRÔ
Quando dá, e claro, quando o roteiro permite, Elizabeth gosta de estar nas ruas para poder observar o público, é um exercício para ela. "Ando de metrô, nunca deixei de fazer supermercado, viver a vida. Não posso ficar encastelada", confessa ela, que aproveita para dar um leve puxão de orelha para alguns usuários do transporte público. "E eu vejo as pessoas fingindo que estão dormindo nos assentos do metrô (para não ceder o lugar), acho que isso está tomando conta da sociedade. Sou contra a educação permissiva que está hoje, que beira a falta de educação. Nisso sou um pouco de época. Tem que levantar, falar 'sim, senhor', 'desculpa', 'obrigado', 'por favor'", desabafa.
GOSTA DE VILÃ
Atazanar todo mundo 'O Sétimo Guardião' diverte bastante a intérprete de Mirtes. "É muito bom fazer uma vilã que não tem medo de ser vilã. Porque ela faz coisas que eu jamais teria coragem de fazer na vida", entrega, aos risos.
SOGRA
Quem também sofre nas mãos da megera é a nora dela, Stela (Vanessa Giácomo). Na vida pessoal, Elizabeth, que é mãe de quatro homens, diz que nem de longe se parece com sua personagem. Muito pelo contrário. "Nem eu queria a Mirtes como sogra (risos). Eu sou uma sogra que não me meto na vida dos meus filhos e das minhas noras, não quero nem saber da vida deles", conta ela que é só elogios para as companheiras dos filhos. "Toda mãe gosta que os filhos sejam muito felizes com mulheres muito legais, que cuidem deles e que eles cuidem delas", derrete-se.
Apesar de na ficção Mirtes não deixar a personagem de Vanessa em paz, nas horas livres nos bastidores das gravações, a interação entre as duas atrizes rendeu até explicações para que Elizabeth Savala voltasse a usar o Twitter. "Meu filho não tem muita paciência. Diz: 'Mas de novo? Que saco, vê se aprende' (risos), revela a veterana, sempre que pode, gosta de acompanhar a reação do público também através da plataforma.
MEMES
Savala conta que se diverte com os memes com frases atribuídas à vilã loura da novela. "Tem coisas muito engraçadas, uma gente jovem com muito humor, e que escreve sobre a novela e muito divertido. Se estou rindo, as pessoas podem rir também e então compartilho", entrega, em tom de humor.
LOURA
E com a mesma animação ela encara a mudança no visual. Apesar de já ter mudado de visual diversas vezes ao longo da carreira, a atriz nunca ficou tão loura e nem com o cabelo tão comprido. "Ainda levo um susto (risos), é recente. Nunca me vi com essa cara de espiga de milho. Mas enfim, já que é assim, devia estar com o olho azul também, já que é pra fazer, né?", zoa, às gargalhadas.
VAIDADE
Há 43 anos na Globo (a estreia dela foi com 20 anos) Elizabeth diz que leva na boa a passagem do tempo. Faz algumas correçõezinhas ("Senão fico com bolsa de crocodilo dentro do olho", brinca ela). "Algumas limpezas a gente pode fazer, uma 'faxina'. Nada que mude a sua cara, nem a boca para ficar parecendo boca de sapo (risos)", compara.
"Essa coisa do não-envelhecer é uma coisa horrorosa. As rugas da minha cara contam o meu tempo de vida e experiência, mas o meu interior é de 12 anos. Sou muito moleca, gosto de fazer as pessoas rirem, gosto de rir", confessa a atriz.
Elizabeth diz há muito tempo segue um princípio básico de não levar nada na vida tão a sério. "A nossa passagem aqui é uma coisa muito rápida. Então não dá pra gente ficar sofrendo muito, reclamando demais da vida. Vamos tentar ser feliz com o que a gente tem", ensina ela, que diz que isso não tem nada a ver com conformismo. "Mas tem a ver com levar a vida com mais leveza", defende.
