Peppino di Capri: cantor abriu shows para os Beatles na Itália.
Peppino di Capri: cantor abriu shows para os Beatles na Itália. "Faziam uma música forte!"Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Cantores veteranos costumam falar da falta de entusiasmo das plateias quando resolvem apresentar músicas novas. O italiano Giuseppe Faiella, conhecido há seis décadas como Peppino di Capri, não é exceção. Prestes a fazer no Brasil uma pequena turnê comemorativa de 60 anos de carreira (em 23 de março vai estar no Vivo Rio), ele conta que prefere apresentar sempre o que o público quer ouvir. Enfim, clássicos como 'Roberta' e 'Champagne'. Mas que às vezes sai do padrão.

"As canções conhecidas são o motivo pelo qual as pessoas vão assistir ao show. Mas eu canto algumas músicas novas que considero 'indolores'", brinca Peppino, por telefone. "Eu apresento as novidades. Se o público gosta, eles aplaudem. Se não gostarem, talvez aplaudam menos. Mas se a música for bem recebida, eu incorporo e mantenho uma nova canção no repertório".

Vinicius e Tom

Peppino virou sinônimo de música italiana no Brasil, país que já visitou algumas vezes. Logo no começo da carreira, chegou a gravar um programa na TV Record, ao vir para cá. Em 1970, fez um show no Canecão e foi visitado no camarim por Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Toquinho.

"Lembro que fiquei surpreso. Como é que os maiores ícones da música brasileira estavam lá, entendiam a música italiana? O Vinicius me disse que tanto a música brasileira quanto a italiana são muito elaboradas no âmbito da harmonia, das palavras", afirma o cantor, que vai receber Zizi Possi no palco. "É uma grande artista, tem uma voz fascinante".

No comecinho

Peppino adotou o nome artístico por acaso, após fazer seu primeiro disco. "Me disseram que eu precisava ter outro nome. E me perguntaram como é que as pessoas me chamavam e onde eu tinha nascido. As pessoas me chamavam de Peppino e eu tinha nascido na Ilha de Capri! Ficou assim", conta o astro, prestes a fazer 80 anos.

Rock

Em meados dos anos 1960, Peppino ficou responsável por abrir shows para uma banda que estava começando e que tinha saído da Inglaterra para se apresentar na Itália. Ninguém menos que os Beatles.

"Lembro que era uma banda que já chegava com autoridade. Eles faziam uma música mais forte que o habitual. A boa lembrança que eu tenho é que acabei abrindo o show em três lugares diferentes: Milão, Gênova e Roma. Foi sucesso, especialmente em Milão. Em Roma, um pouco menos, porque o ingresso era muito caro", explica o cantor, que tem o rock entre suas influências. "Gostava da imagem do Buddy Holly. E tive referências como Little Richard, Fats Domino, os cantores negros que tinham um balanço mais acentuado. E Elvis Presley!"

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