Elymar Santos - Divulgação
Elymar SantosDivulgação
Por RICARDO SCHOTT

Nascido e criado em Ramos, Zona Norte carioca, Elymar Santos nunca negou suas origens nem abandonou a região em que cresceu. "Moro no Leblon mas tenho uma apartamento aqui perto do Alemão. No momento estou aqui inclusive, resolvendo coisas", conta Elymar que, após 25 anos comandando seu próprio bloco em outros lugares, traz o Elymar Pra Pular para seu bairro de origem neste sábado de Carnaval. A concentração é sábado às 14h na esquina da Estrada do Itararé com Avenida Itaoca, em Ramos.

Elymar recorda um pouco da história do bloco. "Eu tinha o bloco Amigos do Elymar e desfilava em lugares como São João da Barra (RJ). Quando fiz a novela 'Salve Jorge', estreei o Elymar Pra Pular, com trio elétrico. Fiz Ilha do Governador, Marquês de Sapucaí, Zona Portuária, mas não conseguia fazer onde queria, que é aqui", conta o cantor. A ideia do artista é levar alegria para a região do Complexo, e para os foliões da Zona da Leopoldina.

"Eu adoro o subúrbio, principalmente do povo do Alemão, que precisa se divertir. Todo mundo quer ir para o lado de lá, mas ninguém quer vir para o lado de cá. E todo mundo fala mal daqui", reclama. "Quem acompanha meus shows sabe que no final sempre tem Carnaval. Eu não consigo ser aquela coisa mela-cueca o tempo todo. Criei um bloco porque queria brincar Carnaval e chegou uma hora em que eu não podia ir para a rua", diz, rindo.

Musa

O bloco estreia com uma rainha de respeito: ninguém menos que Paolla Oliveira. A atriz da Globo vai estar no mesmo dia presa a compromissos no Bola Preta e na Grande Rio - é rainha também no veterano bloco carioca e na escola.

"Talvez a passagem dela no meu bloco seja rápida", anuncia Elymar. "Mas ela aceitou o convite e vai. Liguei para ela e falei: 'Olha, Paolla, não sei se você quer ir, é um lugar simples...'. E ela: 'Pô, Elymar, eu sou da periferia de São Paulo, também vim de um lugar simples!' Ela foi muito carinhosa!", alegra-se Elymar, também pegado com compromissos no dia do seu bloco."O desfile da Imperatriz Leopoldinense (sua escola) é no mesmo dia. Depois do Elymar Pra Pular vou para casa tomar um banho e vou para a Sapucaí".

E o som?

Figura atuante no Carnaval e fã dos três dias de folia desde sempre, Elymar diz que no seu bloco vai ter de tudo, musicalmente. "Transformei 'Escancarando de Vez' e vários clássicos meus em marchinhas. E vai ter Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Emilinha Borba, Moacyr Franco, sambas da Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Salgueiro. Vai ter até rock: Cazuza, Legião Urbana", anuncia. "O que toca no Brasil vai tocar no Alemão".

Polêmica

Elymar ficou triste com o "cancelamento" promovido por militantes ao bloco Cacique de Ramos, pelo fato de os sambistas usarem fantasias de índios. "Meu apartamento em Ramos é do lado da sede do Cacique, o bloco desfila por aqui. É muito triste tudo isso. Quando você pega a trajetória do Cacique não só no Carnaval como na música popular brasileira... Eles lançaram Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Dudu Nobre. Não tinham que viver uma situação como essa", lamenta.

Grana

Elymar não tem apoiadores para o seu bloco. Até o momento, já investiu cerca de R$ 60 mil de seu próprio bolso para pagar seguranças, músicos e outros componentes de suma importância. "Paguei também uma ambulância. A RioTur me deu poucos banheiros. E onde as pessoas vão mijar? Daí aluguei mais banheiros", conta Elymar. "Mandei fazer abadás e bandanas e vai ser tudo 0800 para a galera. Claro que não vai ser preciso usar bandana ou abadá para ir no bloco, até porque não vai dar para atender a todos. Mas tudo o que está indo para a rua é de graça e fiz por minha conta".

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