Giulia Bertolli e Lilia Cabral - Brajterman
Giulia Bertolli e Lilia CabralBrajterman
Por Juliana Pimenta
Rio - Lilia Cabral não parou de trabalhar mesmo em isolamento. A prova disso é que nesta quinta-feira (amanhã), às 20h30, acontece o encerramento da temporada de ‘A Lista’, espetáculo no qual contracena ao lado da filha Giulia Bertolli. Transmitida ao vivo e gratuitamente pelos canais no Youtube do Sesc em Minas (SescemMinasGerais) e do Teatro Claro Rio (TeatroClaroRJ), o trabalho foi uma forma da atriz lidar com o período complicado pandemia. “Estamos dedicados à peça desde o final de maio. Então, foi uma forma carinhosa e afetiva de preenchermos nossos dias fazendo o que mais gostamos na vida: arte”, destaca Lilia.


Parceria de sucesso

No enredo, preocupada com a contaminação pelo vírus, uma aposentada se tranca em seu apartamento em Copacabana e depende de uma jovem vizinha para que faça as suas compras de supermercado. Mãe e filha, Lilia e Giulia dividiram a oportunidade de contar essa história. “Tem sido um encontro muito especial. Ela é minha filha, mas quando estamos contracenando, eu não a enxergo assim. Ali, ela é minha colega de palco, de profissão. São duas atrizes em cena. Nossa profissão não é fácil e a Giulia está trilhando o caminho dela de forma muito bonita”, declara a atriz, bem mãe coruja.

Além da chance de dividir um momento especial com a filha, Lilia explica que o convite para fazer a peça a livrou de viver a ansiedade da pandemia de maneira mais intensa. “No começo, achávamos que ficaríamos 15 dias em casa. Depois vieram mais 15 dias. Quando as dúvidas e a ansiedade começaram a ficar intensas, iniciamos o processo de ensaio da peça e foi um bálsamo”, argumenta a atriz que, como a maioria, ainda sente falta do convívio e da antiga rotina.

“Mas, claro, sentimos falta dos abraços, dos beijos, do convívio com amigos queridos e com colegas de trabalho”.

Novos formatos

Fora do palcos há cinco anos, a atriz revela que teve que reaprender a atuar neste novo formato. “É uma nova forma de fazer teatro, nós ainda estamos aprendendo a lidar com ela. Sem dúvida tem muitos desafios porque, afinal de contas, é feito para as câmeras. Mas é teatro”, explica.

Para Lilia, inclusive, a apresentação à distância é uma inovação que pode ser aproveitada para outros momentos. “Acredito que o formato veio para ficar porque nos permite atingir públicos de cidades do Brasil e países do mundo onde o teatro presencial não consegue chegar. O formato online permite a verdadeira democratização do acesso à cultura. É muito lindo estarmos em cena num palco no Rio de Janeiro e termos na plateia milhares de espectadores do Acre, Rondônia, Santa Catarina, Lisboa, Nova York, Berlim... até Lituânia já teve! A resposta emocionada do público é gigantesca e nos surpreendeu”, defende.