Rashid
Rashidfotos Reprodução
Por Juliana Pimenta
Rio - Hoje é o Dia Mundial do Hip Hop e o ritmo já está consagrado como uma das maiores potências na música atualmente. O prestígio é tanto que não bastam os plays em aplicativos de música. Hoje, os rappers também se tornaram referência em ideais culturais, posicionamento político e empoderamento.

Nas últimas semanas, por sinal, os fãs brasileiros se empolgaram ao descobrir que Kendrick Lamar - um dos maiores expoentes do rap no mundo - estava ligado nas tendências literárias tupiniquins. A partir de uma publicação no Twitter, a tradutora de ‘O Sol na Cabeça’, livro escrito pelo carioca Geovani Martins, confirmou que o rapper norteamericano não apenas tinha tido acesso à obra, como teria adorado a leitura. “O trabalho tem sido precário, mas hoje meu autor me mandou um e-mail dizendo que tinha uma videochamada com Kendrick Lamar e que Kendrick Lamar adorou o livro dele (na minha tradução), e se eu tivesse dinheiro, poderia me aposentar neste minuto”, postou Julia Sanches.

Apesar do orgulho de ver uma obra nacional ganhando destaque, não é nenhuma novidade que o rap e a literatura andam lado a lado. Aliás, são nas batalhas de rima que os principais artistas da cena de hip-hop brasileira. Pensando nisso são lançados, O DIA convidou alguns dos expoentes do ritmo para contarem quais são os seus livros preferidos e as leituras que mudaram suas vidas.
Rashid
Rashid
Rashidfotos Reprodução
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‘Sapiens: Uma breve história da humanidade’, de Yuval Harari.
‘Sapiens: Uma breve história da humanidade’, de Yuval Harari - Reprodução
‘Sapiens: Uma breve história da humanidade’, de Yuval HarariReprodução


“Esse livro é incrível, já gerou diversas conversas que duram horas entre meus amigos e eu. Entender essa caminhada do Homo Sapiens até aqui, revolução cognitiva, revolução imaginada. São coisas que explodem a cabeça e despertam cada vez mais interesse, o que faz a gente não querer largar o livro nunca”.
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Konai
Konai
KonaiReprodução
‘O Mundo de Sofia’, de Jostein Gaarder.
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‘O Mundo de Sofia’, de Jostein Gaarder - Reprodução
‘O Mundo de Sofia’, de Jostein GaarderReprodução


“É um livro que me influenciou de vários jeitos, além de me inserir melhor em muitos pontos da história da filosofia. Acho genial (mesmo que de forma simplista) a capacidade do livro de nos incitar a reflexões ao mesmo tempo fazendo um certo apelo a alguns contextos familiares que possibilitam a identificação entre o leitor e a personagem. É um bom guia para começar a desprender nossos pensamentos do óbvio e buscar esclarecimento, de toda forma possível. Sempre gostei desse tipo de referência para as minhas letras, sejam escritos ou em áudio, percebi que livros me inspiram mais que o normal, acho muito f*** o poder disso. Me levou a muitos caminhos válidos e alguns essenciais não só pra minha criação, mas pras minhas reflexões no geral..Sou meio ‘doidin’ das ideias, né? Aí, sabe… rs”
Spvic - integrante do Haikaiss
Spvic - integrante do Haikaiss
Spvic - integrante do Haikaiss Reprodução
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‘Erva do Diabo’, de Castañeda e ‘O Diário de Um Mago’, de Paulo Coelho.
‘O Diário de Um Mago’, de Paulo Coelho - Reprodução
‘O Diário de Um Mago’, de Paulo CoelhoReprodução
‘Erva do Diabo’, de Castañeda - Reprodução
‘Erva do Diabo’, de CastañedaReprodução


“Ambos trazem uma jornada de autoconhecimento, com experiências profundas e interessantes. Me inspirei em algumas passagens para minha formação como pessoa, formação dos meus pensamentos, o que acaba influenciando na minha carreira profissional, em inspirações para as composições do Haikaiss".
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Filipe Ret
Filipe Ret
Filipe RetDennis Romano
‘Pai Rico, Pai Pobre’, de Robert T. Kyiosaki e Sharon Lechter
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‘Pai Rico, Pai Pobre’, de Robert T. Kyiosaki e Sharon Lechter - Reprodução
‘Pai Rico, Pai Pobre’, de Robert T. Kyiosaki e Sharon LechterReprodução
“Vou indicar um livro nada poético, mas que tem um valor sentimental e prático pra mim. Eu passei muitos anos da minha vida ganhando pouco e sem perspectivas. Quando comecei a ganhar dinheiro com shows eu ganhava X por mês, mas gastava 2X. Meu pai, que não é rico, mas é vivido, me indicou esse livro. Foi um livro que me introduziu na psicologia financeira. Vai além do dinheiro em si. Hoje sou pai e quero levar o aprendizado da economia como um valor pro meu filho. Não apenas a economia financeira, mas a economia ambiental, a economia emocional, a economia física: o valor de cultivar as coisas no dia a dia para construir o futuro”
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Dudu
Dudu
DuduDivulgação
‘Poesia Inútil’, de Marcéu Rosário - distribuição local (sem foto)

"Um livro que me influenciou muito, não só na minha arte - acho que o autor, que é um amigo próximo, nem sabe disso -, mas que me faz pensar diariamente sobre o nosso trabalho, sobre a nossa arte, nossa rima, sobre tudo. É um livro que me faz pensar muito sobre como a poesia funciona, por que não só nas diversas poesias que o livro carrega, mas no título ele traz um conceito da poesia que é o fato da poesia ser inútil: tão inútil quanto o ar que a gente respira, quanto os nossos atos, quanto o pensamento e quanto tudo. A poesia é inútil, mas pra quem não pensa, não vê e não sente a poesia nas coisas.

E é um livro que eu indico pra todo mundo que pensa dessa forma, que pensa muito sobre o que é a poesia, sobre o que somos nós no geral, não só enquanto artistas, mas como pessoas. E é isso, é um livro que me influenciou bastante nessa questão, que eu passei pro meu conceito de escrita e que me formulou nesse conceito"