Rio - Formado por Tales de Polli (voz e violão), Felipe Sousa (guitarra), Fernando Gato (baixo), Diego Andrade (percussão) e Fabinho Araújo (bateria), o Maneva provou de forma grandiosa que qualquer música fica incrível no ritmo do reggae. A banda lançou, na última sexta-feira, mais dez faixas que completam seu novo álbum, "Tudo Vira Reggae Ao Vivo", após gravar este projeto audiovisual, em junho, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, com participações especiais de Juliette, Marcelo Falcão, Toni Garrido, Felipe Araújo, Carlinhos Brown, Gabriel O Pensador e Ana Gabriel. Felizes com o sucesso, os músicos falam sobre este trabalho, escolha do repertório, novos projetos e muito mais. Confira a entrevista!
- Vocês lançaram dez novas faixas do 'Tudo Vira Reggae Ao Vivo', na última semana. Podem falar um pouco mais sobre elas?
Fabinho Araújo: Têm um misto de sonoridades diferentes dentro do nosso universo. São clássicos da música popular brasileira que receberam o tradicional arranjo jamaicano. As versões ficaram lindas, surpreendentes. Isso é bem legal de ser falado. 'Tudo Vira Reggae' é um álbum eclético e totalmente inclusivo. Do samba ao rap, tudo se transformou em reggae com a gente!
- Como foi feita a escolha do repertório? Foi difícil?
Felipe Sousa: Ah, foi! De fato, tudo vira reggae, mas existem sonoridades que ficam melhor (neste estilo), seja na voz, no arranjo. E dentre tantas descobertas, tivemos que optar por 23 faixas. Esse processo também foi bem difícil, moroso na verdade. Mas são escolhas lindas, cheias de verdade, alma e amor.
- Como foi feita a escolha dos artistas convidados para este projeto?
Tales de Polli: Nós não tivemos um único critério. Também não nos baseamos em números, em redes, ouvintes, nada. Existe muito do sonho, da satisfação pessoal também. Tivemos a oportunidade de gravar com ídolos que são referências pra nós. Também gravamos com irmãos que a música nos deu. O que é comum em todos eles é o carinho, respeito e máxima admiração. Uns com um legado de mais tempo, outros com menos, mas todos com a estrela, com o jeito único de fazer música.
- Algum desses artistas surpreenderam vocês? Depois da gravação, vocês passaram a admirar ainda mais algumas dessas pessoas?
Fernando Gato: Uma coisa é você admirar profissionalmente. A outra, quando conhece. E uma terceira, quando grava. Só que cada um têm uma particularidade diferente. Juliette, por exemplo, linda, doce, dedicada. Carlinhos Brown é dono de uma energia surreal, e um mestre. Toni Garrido, ídolo. Sem ele, não existiria o reggae no Brasil. Uns trazem a juventude, a doçura, força, talento. São variáveis infinitas.
- Vocês sempre foram conhecidos pelo repertório autoral e na pandemia presentearam o público com o 'Tudo Vira Reggae', que fez muito sucesso. Como vocês reagiram a todo esse boom?
Diego Andrade: 'Tudo Vira Reggae' surgiu como uma missão de unir diferentes gerações em uma só voz em tempos tão difíceis. Ele nasceu com esse intuito e deu muito, mas muito certo. Tanto é que nos rendeu uma certificação de ouro, com mais de 156 milhões de streams, fato que comemoramos demais. Mas, sentíamos falta de registrar esse 'Tudo Vira Reggae' com o público. Sentimos falta do calor, da energia... e isso aconteceu da forma mais linda possível, no Parque Villa-Lobos lotado para o grande encontro, que demorou, mas aconteceu do melhor jeito.
- Os números do Maneva são impressionantes: mais de 2.3 bilhões de streams, 1.77 milhões de inscritos no YouTube, uma indicação ao Grammy Latino na categoria ‘Melhor Canção em Língua Portuguesa’ e 3.5 milhões de ouvintes no Spotify. Ainda se surpreendem com a quantidade de pessoas que consomem o trabalho de vocês?
Tales de Polli: São os nossos números! E que números! Podemos complementar com 19 certificações. E 'Tudo Vira Reggae' nos rendeu uma certificação de ouro com 156 milhões de streams. É muita gente! O Maneva tem uma visão muito clara de que a música cura. Ela serve como remédio pra alma. E onde nos for permitido levar as nossas canções, lá estaremos. Que mais pessoas possam se beneficiar com o que temos a oferecer. Fazemos com a alma, com o coração. Os números são reflexo de todo um trabalho bem fundamentado que vem sendo construído em 18 anos.
- Vocês planejam lançar algum álbum em paralelo ao 'Tudo Vira Reggae', com músicas autorais, ainda este ano?
Tales de Polli: Os nossos fãs pedem muito. As autorais são a marca registrada do Maneva. Isso é motivo de honra e muito prestígio pra gente. Já estamos desenhando um novo projeto sim, de autorais, que ainda está em fase de construção, mas que logo será lançado. Serão novas histórias a serem contadas faixa a faixa.
- Como o grupo foi formado? De onde vocês são? Como se conheceram?
Felipe Sousa: Algumas coisas precisam acontecer e o nosso encontro, a formação atual, é algo meio que desenhado, sabe?! É como se o universo ouvisse tudo aquilo que a gente sonhava. Primeiro Diego e Tales. Depois, foram vindo os demais da forma menos provável possível. Mas aconteceu e foi perfeito. Somos de São Paulo mesmo e, antes do Maneva, tínhamos outras profissões. Tudo casou no tempo certo para que juntos construíssemos o que temos hoje.
- E como é a relação entre vocês?
Fabinho Araújo: É de família! Somos cinco amigos, cinco irmãos. São cinco encontros que precisavam acontecer. Tudo são flores? Não, e isso é família. Mas existe conversa, respeito, entendimento. Pessoas entram e saem das nossas vidas, mas o que construímos permanece intacto.
- Em novembro, vocês se apresentam aqui no Rio. O que a gente pode esperar dessa apresentação? Vocês são sempre bem recebidos pelos cariocas?
Diego Andrade: Muito bem recebidos por sinal. É uma terra abençoada demais, de gente linda, com coração quente e que sempre nos acolhe com amor. Essa troca de energia é realmente surreal. E no palco, cinco amigos dispostos a fazer o melhor show de suas vidas, com muitos sucessos de carreira, que é para o público cantar do início ao fim. Mais que um show, nossa missão é despertar felicidade, alegria e prazer – até porque esse é o significado da palavra Maneva: prazer! Queremos despertar essa boa vibração sempre.
- O Marcelo Falcão faz show no mesmo dia. Há a possibilidade de vocês dividirem o palco? Vai ter 'O Que Sobrou do Céu', música que vocês cantaram juntos no 'Tudo Vira Reggae', ao vivo pra gente?
Felipe Sousa: Marcelo Falcão é um ícone, alguém que admiramos demais. Ele faz parte da nossa história. Tem o nosso respeito, o nosso carinho. E se rolar, estaremos mais que prontos.