’Dilatados’, espetáculo de Marco Luque que recebeu turnê internacional pela EuropaDivulgação

Rio - O humorista Marco Luque, de 49 anos, deu o pontapé inicial da internacionalização de sua carreira artística com a nova turnê do espetáculo "Dilatados", que passará por países como Portugal, Bélgica, Espanha, Irlanda, Suíça e Inglaterra durante o mês de outubro. Na peça, o ator — que é famoso por sua participação nos programas "Altas Horas", da TV Globo, e "CQC", da Band — fala sobre as façanhas do motoboy paulistano Jackson Faive e as filosofias de Mustafary, um vegetariano bastante controverso. O artista detalha esta nova etapa de sua jornada, pondera sobre os limites do humor e revela seus planos para o futuro.
Marco, o que representa para você a oportunidade de ir à Europa para iniciar a primeira turnê internacional do espetáculo "Dilatados"?

Eu estou bem animado para essa turnê na Europa! Por ser a minha primeira vez me apresentando nos países de lá, enxergo como uma grande oportunidade, principalmente por levar o meu humor para os brasileiros que moram fora. A minha expectativa é alta, quero muito conhecer novas culturas e as cidades que irei passar.

De onde surgiu a ideia para criação do espetáculo "Dilatados"? Sempre houve a intenção de exportar a peça para outros países?
O espetáculo conta com dois dos personagens que mais marcaram a minha carreira, o Jackson Faive e o Mustafary. A ideia de criação veio do modo como as pessoas se identificam e gostam deles, e é um show bem especial, que estou sempre em busca de inovações e incluir surpresas para o público curtir ainda mais. Levar 'Dilatados' para fora do Brasil veio de muito tempo, quando levei para os Estados Unidos, mas para a Europa levou um tempo a mais. Era algo que eu já pensava e só precisei planejar direitinho, porque eu vejo que é uma maneira de levar um pouco daqui para os brasileiros que moram lá e sentem um pouco de falta de casa.

Quais são os principais desafios que você tem enfrentado ao investir na carreira internacional?
Olha, eu acredito que existem muitas diferenças culturais, né?! Como é um espetáculo para o público brasileiro, que mora nos países e cidades que irei passar, o meu desafio foi encontrar as piadas locais para incluir no roteiro, porque cada país, cada lugar é diferente, e eles tem uma forma característica de encarar o humor. Mas apesar de ter sido um desafio, eu vejo que será uma experiência enriquecedora.

Como você disse anteriormente, trabalhar com espetáculos humorísticos e respeitar as diferenças culturais dos espectadores pode ser um grande desafio. Atualmente, temos visto casos de humoristas que cometem crimes (como injúria racial, por exemplo) e os classificam como "piadas". Sendo humorista, você acredita que deve haver limites para o humor?

Trabalhar com humor no Brasil e, acho que em qualquer lugar, é saber que estamos propícios a receber críticas, é algo do qual não estamos isentos. Mas existe algo que eu sempre procuro trabalhar nos meus personagens, de forma que seja mais descontraído e leve, seguindo um pouco mais do que é o palhaço mesmo, e isso é uma característica pessoal minha, de fazer as pessoas rirem sem ter um peso na consciência. Então, as minhas piadas são sempre em cima do que eu sou, sem precisar ofender ninguém, classes ou grupos, por isso sempre busco um cuidado maior em cada uma das minhas criações, porque quero transmitir uma mensagem de bem. Eu vejo a minha arte como além do humor e acredito que podemos levar cura por meio do riso.

Além de "Dilatados", quais são seu planos para o futuro? O que o público pode esperar?
Eu tenho uma produtora que está no mercado há mais de 13 anos, e foi ela que sempre esteve à frente de todas as minhas criações, meus personagens e turnês pelo Brasil. Além disso, eu ainda sigo em turnê com 'Dilatados' pelo Brasil, em novembro vou estar com 'Todos Por Um', em São Paulo, que é um espetáculo em que apresento todos os meus personagens, então tem a Mary Help, Ed Nerd, Silas Simplesmente e mais. Já nas telinhas, está para sair um projeto bem legal, que eu amei fazer, mas posso dar muitos detalhes… Então, ainda esperem muito deste ano!
Reportagem da estagiária Esther Almeida sob supervisão de Tábata Uchoa