É para explodir de alegria, vibra Alan Rocha ao estrear Martinho, Coração de Rei no RioDivulgação / Erik Almeida

Rio - Com um time de bambas, 20 atores-cantores-bailarinos e oito músicos, o espetáculo "Martinho, Coração de Rei" está em cartaz no Teatro Riachuelo, no Centro, depois de uma temporada de sucesso em São Paulo. Dirigido por Miguel Falabella e inspirado na biografia "Martinho da Vila: Reflexos no Espelho", de Helena Theodoro, especialista em África, o musical mergulha nas raízes africanas do sambista Martinho da Vila, interpretado pelo ator e músico Alan Rocha, de 44 anos. Ao DIA, o protagonista destaca a importância da arte em sua vida, fala sobre a emoção de fazer parte do projeto e celebra a estreia da produção em sua terra natal.
Publicidade
"Meu coração que já esteve numa euforia em 'Sampa', aqui ele está como a bateria da Vila Isabel na Sapucaí", brinca o artista, ao estrelar a produção que homenageia um dos maiores cantores nacionais, Martinho da Vila. "Estar na minha terra como protagonista de um musical de Martinho, num teatro clássico que fica na Lapa, berço do samba, do choro e da cultura carioca, é para explodir de alegria", vibra. 
A obra teatral transporta o público para o universo de Martinho, revelando um homem apaixonado pela música, família e cultura brasileira. Além disso, destaca a profunda influência da Folia de Reis e de outras manifestações culturais afro-brasileiras em sua obra. "Um musical emocionante com muita riqueza nos figurinos e coreografia, trazendo o mestre Martinho como um ser da África", adianta Alan.
Apesar do gênero que rege o espetáculo estar na sua vida desde a infância, o protagonista conta que se dedicou aos estudos sobre o ritmo para interpretar o personagem. "Nunca tive a oportunidade de me aprofundar nas lendas e nos mitos, a não ser em alguns enredos carnavalescos. Então, fui revendo minha lista de livros com o tema e buscando também informações na internet", destaca Alan.
Durante a preparação para o musical, Alan também se surpreendeu com algumas descobertas sobre Martinho. "Eu não sabia o quanto ele era tão importante em Angola. Se bobear ele é mais conhecido que o presidente de lá", conta, aos risos. "E também o quanto ele foi generoso em sua trajetória por levar artista como Leci Brandão a fazer seu primeiro trabalho no exterior", complementa.
Netos do sambista, a cantora Dandara Ventapane e o músico Guido Ventapane, fazem parte do elenco do espetáculo. "Eles são demais. Trazem o DNA de simpatia e alegria da família. Tê-los conosco é a certeza que o legado do mestre Martinho vai se perpetuar por muitas gerações", celebra Alan.
O artista comenta que Martinho da Vila não assistiu ao espetáculo, mas alguns familiares dele sim. "E eles adoraram", comemora o intérprete do cantor, que lembra um encontro com ele em outro momento. "Há alguns anos eu já estive num estúdio com ele e conversamos sobre outros assuntos. Na época, apenas sonhava um dia em fazer o musical do Martinho, pois algumas pessoas diziam que eu tinha o timbre parecido com o dele". 

No elenco de 'Ainda Estou Aqui'
Publicidade
Alan está no elenco de "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. Em menos de de um mês desde a estreia, o filme, protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello - com a participação especial de Fernanda Montenegro - ultrapassou a marca de 2 milhões de espectadores no Brasil. Além do sucesso nacional, o longa-metragem foi indicado e concorreu em premiações internacionais. A intérprete de Eunice Paiva conquistou seu primeiro Globo de Ouro, ao vencer a categoria Melhor Atriz em Filme de Drama.
O ator destaca a emoção de fazer parte dessa história. "Nós do elenco temos um grupo e ficamos a cada dia vibrando com as conquistas do nosso filme. Tantas indicações e prêmios, e agora o Globo de Ouro para a querida Fernanda Torres. É muito importante e gratificante para nós que fazemos arte. Para mim é até difícil dizer em palavras o que é participar desse filme que está viajando o mundo e mostrando a beleza do cinema brasileiro, mas é emocionante vivenciar esse momento".
Novidades profissionais
Publicidade
O artista irá estrelar o filme "Vitória" - que chega aos cinemas em março deste ano - junto com Fernanda Montenegro. "Fico lisonjeado em protagonizar ao seu lado essa obra em que mais uma vez ela vai nos emocionar". Alan também recordou a morte do cineasta Breno Silveira, que era diretor do filme. Após a perda, Andrucha Waddington - casado com Fernanda Torres - assumiu a direção do longa."Esse filme vem circulado de muita emoção pois começou com o saudoso Breno. Depois o Andrucha assumiu o longa-metragem do amigo e fez uma bela obra que nos emociona". 
Como de costume, Alan já fez seus planos para o ano que iniciou. "Na cultura eu estou programando de gravar um novo CD de músicas autorais, mas antes eu lanço dois singles. Tenho um projeto infantil chamado 'Clube Akorin' com uns shows para o meio do ano e também pretendo escrever o roteiro de um curta e um longa-metragem. E claro, aguardando convites para novos trabalhos no audiovisual. Se for por esse caminho, 2025 vai ser lindo", acredita.
Trajetória profissional
Formado em Música pela Escola de Música Villa-Lobos (RJ) e com Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alan relembra sua trajetória na arte. "Minha história se inicia pelo amor ao cavaquinho, instrumento que me interessei na década de 1990, quando o pagode paulista chegou com força no Rio de Janeiro. Embora eu já escutasse através do meu pai os discos do Zeca e do Fundo de Quintal, o som do cavaco do grupo Katinguelê foi que me pegou. [...] Em algum momento eu fui tocar em uma peça de teatro, depois outra e quando eu fui ver, entendi que dava para ser músico e ator, e não parei mais".
Nas telinhas, Alan fez parte das novelas da TV Globo "Amor Perfeito" (2023) e "Nos Tempos do Imperador" (2021 - 2022) e Malhação: Viva a Diferença (2017).
Serviço
"Martinho, Coração de Rei - O Musical"
Quinta-feira a sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Local: Teatro Riachuelo Rio
Endereço: Rua do Passeio, 38/40 - Centro
Ingresso: a partir de R$39
*Reportagem da estagiária Mylena Moura, sob supervisão de Isabelle Rosa