Verônica Moura e Henrique Seixas, que estará ausente por conta do acidente Arquivo pessoal

 Rio - "Quando dizem que o samba cura. O amor à dança e a arte é que me mantiveram em pé". São essas as palavras de Verônica Moura, segunda porta-bandeira da Unidos da Ponte, da série Ouro, após refletir sobre a ausência de seu parceiro de dança, o mestre-sala Henrique Seixas, que sofreu um acidente grave no início de fevereiro. Ele passou por cirurgias e está internado até hoje. A agremiação é a quarta a desfilar nesta sexta-feira (28) na Sapucaí. 
O acidente aconteceu quando ele estava em uma moto de aplicativo e se deslocava para o ensaio técnico da escola de São João de Meriti. Até lá foram momentos dramáticos e incertezas. Ele precisou de doação de sangue, ficou sedado e, enquanto falava com a reportagem do DIA, Verônica recebeu uma boa notícia nesta sexta-feira (28).
"Tiraram a sedação do Henrique, ele está acordado. Disseram que ele jogou beijo para as enfermeiras. Devido à traqueostomia que ele teve que fazer, ele ainda não está conseguindo falar bem. Mas já pediu caderno e lápis para escrever. Mas ainda é muito peso para a mão dele. Estou muito feliz que meu amigo está de volta. Porque esse tempo todo ele estava sedado, a gente ia lá e ele estava sedado, ele não interagia", contou ela, que chegou a ensaiar sozinha na Sapucaí.
 
 
 
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Por conta do imprevisto, a porta-bandeira vai desfilar com o mestre-sala Fábio Rodrigues, que já passou pelo Império da Tijuca. "Eu e Fábio começamos a ensaiar no dia 4 de fevereiro e de lá para cá tem sido ensaios diários. No último domingo nós dançamos na lavagem, então foi um aperitivo para o que vai ser hoje", disse ela, que desfila na escola desde 2019.
Em um ano difícil para a Unidos da Ponte, que também teve parte das fantasias perdidas no incêndio que aconteceu na confecção de Ramos, no dia 12 de fevereiro, a escola não será avaliada esse ano, assim como a Império Serrano e Unidos de Bangu.
" Está sendo um Carnaval de muito amor e muita doação. A gente tem que pensar e repensar porque foi o acidente com Henrique e logo depois o incêndio. Mas eu acredito no povo de São João de Meriti. A gente tem garra, nós temos chão, nossa comunidade é muito presente. Eles estão me apoiando e a gente vai superar isso tudo, vai mostrar um Carnaval bonito,", diz.
Os desafios ambientais contemporâneos
Em sua passagem, a Unidos da Ponte levará ao público uma reflexão sobre a relação dos seres humanos com a Terra e os desafios ambientais contemporâneos, com o enredo "Antropoceno". A agremiação de São João de Meriti vai abordar os impactos como degradação de ecossistemas, perda de biodiversidade e o aumento das mudanças climáticas, para fomentar uma nova consciência, que valorize a harmonia entre a humanidade e o planeta.