Wagner Louza, jurado do Carnaval cariocaReprodução / Instagram

Rio - Wagner Louza, jurado do quesito Fantasias no Grupo Especial, se manifestou no fim da noite desta quinta-feira (7) após ser alvo de críticas da jornalista e apresentadora Hildegard Angel, colunista do "Brasil 247". A polêmica surgiu após a apuração das notas do Grupo Especial, na quarta-feira (5), quando Louza retirou um décimo da Imperatriz Leopoldinense. O jurado disse estar surpreso com as reações e ressaltou que sua decisão foi baseada em critérios técnicos, sem intenção de prejudicar ou favorecer a escola.
"Manifesto minha surpresa diante das declarações da jornalista Hildegard Angel em matéria publicada no jornal O DIA. Minha idoneidade e competência técnica foram questionadas pela referida jornalista devido à nota que atribuí no quesito fantasia ao GRES Imperatriz Leopoldinense. Tal questionamento ocorreu sem fundamentação técnica, sem conhecimento da justificativa e revela uma postura discriminatória inaceitável", disse. 
O jurado rebateu a insinuação de que sua nota teria sido um direcionamento para prejudicar a agremiação. "Entre seus argumentos, a jornalista destaca a nota 9,7 que concedi à Imperatriz em 2022, sugerindo que houve um direcionamento para prejudicar a escola. No entanto, ela não menciona que essa mesma nota foi atribuída por outros dois julgadores, o que demonstra minha coerência na avaliação. Curiosamente, sou o único jurado desse quesito a ter minha nota contestada publicamente e, coincidentemente, também sou o único jurado negro responsável por avaliar fantasias. Será apenas uma coincidência?".
Louza reforçou que sua avaliação é pautada exclusivamente em critérios técnicos. "Destaco que, ao contrário do que Hildegard Angel insinua, não há qualquer intenção de prejudicar ou beneficiar qualquer escola. Minha avaliação é pautada exclusivamente em critérios técnicos e conduzida por um profissional habilitado para tal. Em 2023 e 2024, a escola recebeu nota máxima em minha avaliação".
Ele também criticou a falta de conhecimento da jornalista sobre os critérios adotados. "A jornalista não se deu ao trabalho de conhecer os critérios que utilizei para retirar 0,1 ponto da escola e tampouco questionou o outro julgador que também aplicou um desconto na nota. Esse questionamento evidencia um desconhecimento flagrante sobre os critérios claros definidos pela LIESA e ignora minha qualificação e experiência profissional. Além disso, desqualifica minha trajetória acadêmica, sendo doutorando e mestre em História da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor de indumentária histórica".
Louza ainda questionou o motivo pelo qual apenas sua nota foi alvo de críticas. "O verdadeiro questionamento a ser feito é por que a jornalista desqualificou apenas a minha nota e minhas credenciais — sendo eu um julgador negro — enquanto nada disse sobre o outro julgador de fantasias, que é branco e atribuiu a mesma nota".
Por fim, o jurado repudiou qualquer tentativa de desqualificá-lo de forma discriminatória. "Repudio veementemente qualquer crítica com viés discriminatório, que busca desqualificar publicamente um profissional sem embasamento, pautando-se apenas em subjetividade e preferência pessoal".
Campeã em 2023 e vice em 2024, a Imperatriz despontou como uma das favoritas para o título após um grande desfile no domingo (2), mas terminou na terceira colocação, com 269.8 pontos, dois décimos atrás da Beija-Flor, que sagrou-se campeã.