Rio - Ele tem quase 20 anos de estrada, mas viu sua carreira decolar mesmo recentemente, depois de cair nas graças da promoter Carol Sampaio. É ela que faz o Baile da Favorita, festa que começou na Rocinha e apresentou para ricos e famosos nomes do funk como Naldo e MC Sapão. Agora, chegou a vez de Márcio G, que viu seu cachê chegar a R$ 15 mil, acaba de lançar clipe com Dani Bananinha e, em setembro, realiza sua primeira turnê nos Estados Unidos.

“Carol é minha madrinha, sou muito grato pelo que ela tem feito por mim”, diz Márcio. “Tudo que é VIP ela arranja”, revela o DJ Magrão, que empresaria o cantor. Para o clipe novo, ‘Vem Que Eu Te Cutuco’, inspirado na azaração no Facebook, foi a promoter que descolou, por exemplo, a participação da dançarina do ‘Caldeirão do Huck’.
“Conheço o Márcio há bastante tempo. Nos shows, o clima é sempre gostoso, com som bom, gente bonita e meus amigos”, elogia Dani. Carol também garante que seu protegido merece a forcinha. “O show do Márcio é um dos que as pessoas mais gostam”, diz a promoter.
Famosos não são raros nas apresentações. Além de Dani Bananinha, Juliana Paes já curtiu o show de Marcio. Outro dia, em uma boate da Barra da Tijuca, lá estavam o jogador Roberto Carlos e o ex-BBB Kléber Bambam. O MC é requisitado, também, para festas particulares: no mês passado, animou o aniversário da filha do ex-jogador Edmundo, Ana Carolina.
E os contratantes que arquem com as exigências para o camarim: duas garrafas de uísque Red Label, uma garrafa de vodca Grey Goose, 15 garrafas de água mineral e por aí vai... Márcio acha pouco. “É light”, defende. Mas, pelo menos nas músicas, ele não faz o tipo ostentador. “Minhas letras não têm palavrão, pornografia. Falo de mulher, mas sempre exaltando elas. Digo, por exemplo, que têm um ‘pernão sarado’. Sou o oposto do Catra”, avisa ele, citando o sucesso ‘Bota o Tambor Pra Tocar’.
Hoje, o MC comemora a média de 20 shows por mês, com cachê que varia entre R$ 10 e R$ 15 mil em apresentações no Rio . Mas nem sempre foi assim. Nascido e criado no morro da Congonha, em Madureira, Márcio começou no funk em 1995, quando formou a dupla Márcio & Goró — o G de seu nome artístico é em homenagem ao amigo, que se suicidou em 2000. “Antigamente, nosso ritmo era massacrado. Hoje, ele é do mundo inteiro. Devemos isso à galera das antigas, que deve ser mais respeitada. Se o funk chegou aonde está, é porque lutamos muito lá atrás”, desabafa.

Saudade do parceiro
Precursores do funk melody, os meninos de Madureira rodaram o Brasil inteiro, gravaram dois CDs pela Universal Music e, de quebra, ajudaram a fortalecer o ritmo que tanto amavam. Márcio e Goró eram amigos de infância. Por isso mesmo, um dos momentos mais difíceis da vida de Márcio foi quando teve de lidar com a ausência do parceiro. “Nós sonhávamos só em cantar na nossa comunidade. Depois, virou profissão. No primeiro show que fiz depois que ele morreu, levei minha mãe e meus irmãos para me darem força. Todo mundo chorou cantando ‘A Distância’”, lembra Márcio, que ganhou, com a mesma música, uma batalha de ritmos que reuniu artistas de vários gêneros no Parque de Madureira, no início deste mês.
A tatuagem no antebraço direito mostra quem esteve ao lado dele nos momentos difíceis: “Carla, minha mulher, me apoiou muito. Ela chegava a comprar coisas que faltavam para mim, como roupas”, revela. Hoje, Márcio não abre mão de estar sempre bem arrumado. “Sou muito vaidoso. Quase toda semana compro alguma coisa” conta ele, que desembolsou R$ 6 mil no relógio banhado a ouro que usa.