Rio - Daniel sabe ser poeta, amante, ator e até um espectador da própria vida. Há quem diga também que ele consegue desempenhar o papel de príncipe encantado, daqueles que a gente só vê em filme. Mas a verdade é que o cantor e jurado do ‘The Voice’ — reality musical da Globo que estreia nova temporada amanhã — nunca teve sonho maior do que a música.
Para comemorar seus 30 anos de carreira, o cantor, de 45, acaba de lançar o DVD ‘Daniel — 30 anos, O Musical’, que mostra passagens de sua vida artística ao som de suas principais canções. “Queria fazer algo diferente para marcar. Então pensei no formato de um musical e me apaixonei pelo projeto”, conta Daniel. “O DVD mostra etapas da minha infância, adolescência e a fase adulta. Me vejo mais como um espectador da minha própria história”.
Ao fazer um balanço de sua trajetória, Daniel avalia os altos e baixos. “O ponto alto foi quando eu e João Paulo (que fazia dupla com o cantor no início da carreira e morreu em 1997) gravamos ‘Estou Apaixonado’. Era a certeza de que nosso trabalho estava dando certo. O baixo foi a partida do João Paulo, sem dúvida. Perdi o chão, a vontade de tudo. A certeza que tive nesse momento foi a de um ponto final, de que ia parar ali”.
Apesar de tratar o sucesso de forma discreta, Daniel passou por um momento de reflexão e insegurança ao receber críticas negativas como intérprete da música ‘Maravida’, de Gonzaguinha, gravada para a abertura de ‘Amor à Vida’. “Claro que fiquei apreensivo. Ninguém quer crítica ruim. Dei a minha interpretação e, no começo, achei que coloquei demais para fora a minha voz. Até questionei os produtores da novela se queriam outra versão, mas disseram que não. Depois, entendi que nunca vamos agradar a todos”.
Já a entrada do sertanejo universitário no mercado não foi motivo de preocupação para o cantor. “Essa é uma tendência. Mas fica apenas quem tem qualidade. A única coisa que me preocupa são determinadas letras do gênero, que não têm conteúdo. Essa coisa de ‘tchê, tchê, pá, pá’, bumbum e bebidinha não acho legal. Música animada não precisa ter cachaça na letra. Não podemos perder a referência e a música de raiz tem que ser fortalecida”.