Por bianca.lobianco
'Não sei se diria que é meu ‘retorno ao samba’. Talvez até seja%2C né%3F'%2C diz Roberta SáDivulgação / Daryan Dornelles

Rio - Em 2014, durante a coletiva de lançamento do projeto ‘Nívea Viva o Samba’, Roberta Sá (uma das participantes do show que adiantaria as homenagens aos cem anos do estilo, ao lado de Martinho da Vila, Alcione e Diogo Nogueira) garantiu que já havia separado novos sambas para ouvir em seu iPod. O estilo havia ficado menos presente em seu repertório no álbum ‘Segunda Pele’, de 2011. E ressurge no sétimo disco, ‘Delírio’.


“Não sei se diria que é meu ‘retorno ao samba’. Talvez até seja, né? O ‘Segunda Pele’ foi realmente mais pop. Senti necessidade de dar uma acalmada”, conta Roberta, dizendo não ter sentido nenhuma cobrança (ou queda nos pedidos de shows) por causa da breve mudança. “Meu público me acompanha desde o ‘Braseiro’ (segundo disco, de 2005) e sabe que eu gosto de experimentar coisas novas.”

Roberta e o produtor Rodrigo Campello chegaram a pensar em pedir uma música inédita para Marina Lima, mas nada foi concretizado. Chegou-se a comentar que o disco traria apenas sambas feitos por gente ligado ao universo pop. Não foi bem isso, ela diz. “Não consigo fazer um disco pré-definido. Nem defini inicialmente que iria ser um disco de samba, ou feito por determinado tipo de compositor. Todo mundo que está no disco passa pelo samba e ele tem essa característica de abraçar os compositores.”

‘Delírio’ traz novas de Adriana Calcanhotto (‘Me Erra’), Moreno Veloso e Quito Ribeiro (‘Meu Novo Ilê’), Cézar Mendes (com Capinan em ‘Não Posso Esconder O Que o Amor Me Faz’, com Arnaldo Antunes em ‘Se For Pra Mentir’ e com Tom Veloso em ‘Um Só Lugar’) e Martinho da Vila (‘Amanhã É Sábado’). Revisita uma música do repertório do MPB 4, ‘Última Forma’, de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. ‘Covardia’, parceria de Ataulpho Alves e Mario Lago composta em 1938, foi gravada em Lisboa ao lado do cantor português António Zambujo. Roberta ainda inicia parceira com Xande de Pilares, com ‘Boca em Boca’.

O ‘Delírio’ de Roberta (capa à direita)%3A clássico de Baden Powell e músicas de compositores novosDivulgação

“Sou muito fã dele! A gente se encontrou nas gravações do (DVD) ‘Samba Social Clube’ e Xande me disse: ‘Por que você não me manda uma coisa sua para eu fazer algo em cima?’. E ele compõe muito, eu é que sou mais devagar. Mandei metade de uma música e ele terminou rapidinho, em duas horas”, conta Roberta, que não pensa em gravar um disco unicamente autoral. “Já tem gente muito boa aí: Martinho, Cézar Mendes, Rodrigo Maranhão... Sou uma compositora muito envergonhada. Não tenho essa pretensão”, brinca.

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