Por karilayn.areias
O ator Fábio Lago faz sucesso na novela das 21h na pele de um homem mulherengoDivulgação

Rio - ‘Aonde eu chego é assim, safadim, safadim....”. Quem assiste à ‘A Regra do Jogo’ já sabe: é só tocar os primeiros acordes do sucesso da banda Aviões do Forró que Oziel (Fábio Lago) entra em cena. E a fama de garanhão do guia turístico do Morro da Macaca não é nada infundada. Casado com Indira (Cris Vianna), ele traiu a mulher com Tina (Monique Alfradique), que vem a ser mulher do seu amigo, Rui (Bruno Mazzeo). “O Oziel é comedor, garanhão, mas não é um cafajeste. O Oziel não quer manter a sacanagem, não quer ser amante, por isso ele propôs casamento a Tina. Mas não estou defendendo-o. Traiu, traiu, não tem defesa”, explica o intérprete do personagem.

Se Oziel vai ser perdoado um dia, não dá para saber. Mas com Fábio, de 45 anos, não tem essa de dar uma segunda chance após uma pulada de cerca. “Para mim, depois de uma traição, a relação não existiria mais porque eu perderia a confiança, ficaria sempre com a pulga atrás da orelha, então surtaria, enlouqueceria, viraria um cara chato, ciumento. Mas nunca aconteceu de eu pegar uma traição ou de ser pego traindo”, comenta.

Dessa água não beberei é afirmação que o ator não faz, ainda que conheça o caminho para fugir dessa armadilha. “Quando há lealdade, quando se planeja a vida junto, fica mais fácil escapulir da traição. Mas se a relação não está boa, o casal fica suscetível a permitir que outra pessoa entre na história. Mas uma coisa é certa: quando há traição, há sofrimento.”

Administrar duas mulheres também é coisa que o ator quer distância. “Uma já dá muito trabalho, imagina duas? Não tenho talento para ter duas mulheres. Tenho um amigo na Bahia que tem duas mulheres, elas sabem uma da outra, mas isso não é para mim. Estar sozinho também é bom porque quando me relaciono, me entrego por inteiro”, diz.

Curiosamente, assim como Oziel, não elege um tipo de mulher preferido. “Já tive relacionamento sério com uma negra e fui casado com uma branca. Não é a estética que me encanta, é o jeito da mulher. E eu sou um feio difícil. Como não tenho o traquejo da cantada, gosto da sedução, de conhecer primeiro, ver se tenho afinidade para só depois embarcar num relacionamento. Hoje, depois de dois casamentos, não quero mais acordar ao lado de uma mulher e me perguntar o que estou fazendo ali”, conta.

Talvez isso explique porque Fábio vem resistindo bravamente às cantadas que tem recebido nas ruas desde que Oziel começou a mostrar o seu lado ‘safadim’ na novela das 21h. “A abordagem agora tem uma pegada sensual, um olhar de safadeza. Outro dia, três uruguaias que já assistiam à ‘A Regra do Jogo’ e que agora estão passeando no Brasil, me pararam na rua e me deram mole descaradamente. É interessante como o assédio mudou. Mas eu seguro a onda, mantenho o respeito, não me aproveito da situação”, garante.

Os amantes Tina e Oziel em uma cena da novela ‘A Regra do Jogo’ Reprodução

Por essas e outras, a autoestima do ator está nas alturas apesar dos 10 quilos a mais que ganhou para compor o Oziel. “A Amora Mautner ( diretora geral da novela) queria que eu fosse um cara normal, que não é sarado, que gosta de tomar uma cervejinha. No início, não gostei da ideia, mas embarquei porque o Oziel não conquista pela beleza e, sim, pelo charme. Seguro no carisma, na pegada (risos). Virei o gordinho gostoso. Não sou Friboi, mas estou na moda”, brinca, referindo-se à música ‘Gordinho Gostoso’.

Baiano de Ilhéus e morador do Rio há 14 anos, Fábio dá uma dica de onde vem o borogodó que exibe todas as noites em ‘A Regra do Jogo’. “Tenho dendê no sangue. Sou um cara interessante, respeitoso, gente boa demais”.

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