Por gabriela.mattos
Rio - A silhueta fina do senador Romário (PSB-RJ) tem surpreendido internautas nos últimos dias. Estima-se que o ex-craque já tenha perdido cerca de 10 quilos desde dezembro, quando se submeteu a uma cirurgia para controlar o diabetes tipo 2. A técnica empregada, porém, ainda é considerada experimental no país, explica o médico Marcio Mancini, membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

A interposição ileal não é aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A principal diferença desta técnica para a cirurgia bariátrica (redução do estômago) é a recolocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno, o que aumentaria a produção de hormônios da saciedade e melhoraria o diabetes.

Romário diz estar com 69 quilos%2C o mesmo peso de 15 anos atrásReprodução

“A cirurgia bariátrica ou metabólica está indicada para pacientes com diabetes e IMC (Índice de Massa Corporal) maior ou igual a 35”, diz Mancini. Romário não se enquadrava no perfil de quem tem este IMC. Por isso, o médico comenta que existem remédios novos para o diabetes tipo 2 que mostram redução de mortalidade cardiovascular, um benefício que, segundo ele, a cirurgia ainda não garante para os que têm IMC menor que 35.

Em nota, a Sbem e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) afirmam não haver “evidências científicas robustas e de longo prazo que comprovem a segurança e eficácia de cirurgia bariátrica no tratamento de diabetes tipo 2 para pacientes com IMC abaixo de 35 kg/m2, considerando quaisquer técnicas cirúrgicas, regulamentadas ou não”.
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“O número de estudos a longo prazo com pacientes de IMC menor que 35 que tenham realizado a cirurgia bariátrica é insuficiente para demonstrar a eficácia e a segurança da cirurgia para pacientes nessas circunstâncias”, aponta o especialista.