Paulo Miklos - Globo/João Cotta
Paulo MiklosGlobo/João Cotta
Por BRUNNA CONDINI

Rio - A atitude rock'n roll está lá há mais de 40 anos - só nos Titãs foram 34. Mas Paulo Miklos constata um traço novo na sua inquieta personalidade, que chama de 'plenitude'. O músico completou 60 anos na última segunda-feira, e tem motivos de sobra para celebrar.

"Estou feliz. Sinto uma tranquilidade maior para encarar a vida. Estava brincando outro dia, que tive a adolescência mais longa que se tem notícia, até os 47 do segundo tempo", diverte-se. "Continuo querendo me desafiar, viver coisas diferentes, mas tenho mais equilíbrio hoje", comemora o também ator, no ar como o beato Jurandir em 'O Sétimo Guardião', sua primeira novela das 21h.

Rola medo de envelhecer?

"Olha, estou num outro momento em relação à juventude, àquela imagem de roqueiro, meio Peter Pan. Como ator, conquistei isso, de estar neste outro lugar. Posso ser mais novo, mais velho. Olho o mundo pela ótica do outro", analisa.

"Ao mesmo tempo, tenho uma postura rock'n roll que está na minha índole, no meu caráter. Me jogo nas coisas que faço com esse vigor, de forma apaixonada".

INTENSO AGORA

Ele continua tocando sua arte em muitas frentes. Além da novela, é protagonista do longa 'O Homem Cordial', de Iberê Carvalho, lançado neste semestre. Volta ao teatro em maio com 'Chet Baker, apenas um sopro', cumpre agenda de shows pelo Brasil, e teve seu álbum 'A Gente Mora no Agora', eleito pela revista 'Rolling Stone' como um dos melhores álbuns de 2017.

Neste trabalho, o cantor ganhou o hit 'Vou Te Encontrar', do ex-colega de banda Nando Reis. Foi uma das canções mais tocadas nas rádios em 2018. "É claro que a forma como você canta dá à música sua alma, que é a alma do cantor, é tudo junto, não é para qualquer um", disse Nando Reis, sobre a interpretação de Miklos da música.

URGÊNCIA

A vontade de seguir num ritmo próprio e de se dedicar a outras linguagens artísticas, guiaram Paulo Miklos para a saída dos Titãs. "Foi tranquila, aos poucos. Fiz filme, séries, teatro, ainda na banda", lembra. "Mas chegou a hora de me lançar nos trabalhos como ator, algo mais intenso. E também como músico, fazendo um trabalho mais individual integralmente. Foi tudo natural. Um fechamento de um longo ciclo de alegrias e sucesso", garante ele, que com a banda tem 25 álbuns.

O cantor diz que continua amigo dos ex-companheiros e se declara fã. "Achei fantástico o 'Doze Flores Amarelas' (último álbum do grupo). Acompanho".

Nesse compasso inquieto, o paulista produziu três álbuns solo, está em 15 trabalhos na TV e fez 14 filmes.

"Sempre quis experimentar instrumentos diferentes, canções de gêneros diferentes. Acho que é por ai. Sempre gostei de experimentar", observa. "Esse meu último trabalho também traz essa característica de urgência da gente estar presente, pronto para viver as coisas por inteiro. Representa esse momento agora, feliz, apaixonado. Pela minha mulher (Renata Galvão), minha filha Manuela (36 anos), e meus enteados Max, de 11, e Rosa de 08 anos. É plenitude mesmo. É isso".

Você pode gostar
Comentários