Cristiane Torloni sai em defesa de 'Fina Estampa': 'arte deve ser politicamente incorreta'
Atriz ainda disse que o governo é que não pode ser politicamente incorreto e fez duras críticas
Por iG
São Paulo - A novela "Fina Estampa", escrita por Aguinaldo Silva, foi produzida em 2011 e hoje, quase dez anos depois, está sendo reprisada no horário nobre da Globo. De lá para cá, o mundo ficou bem diferente e a trama tem sido muito criticada -- inclusive por atores que fizeram parte dela, como Marco Pigossi. Mas Christiane Torloni, que interpretou Tereza Cristina, defende que a arte pode e deve ser "politicamente incorreta".
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Marco Pigossi atualmente e, ao lado, em cena de 'Fina Estampa'
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Tereza Cristina fica revoltada ao descobrir que foi traída
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Marcia (Alexandra Martins) em Fina Estampa
DIvulgação
Danielle (Renata Sorrah) em Fina Estampa
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Joana (Suzana Pires) em Fina Estampa
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Janine Salles está no ar atualmente como Jaqueline, em "Fina Estampa" e, além de atuar, ama cozinhar
Reprodução TV
Teodora (Carolina Dieckman) em Fina Estampa
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Íris (Eva Wilma) em Fina Estampa
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René e Griselda, de "Fina Estampa": a trama de 2011, que está sendo reprisada por causa da pandemia do novo coronavírus, traz Griselda (Lilia Cabral) como uma protagonista forte e independente que não precisaria de um par para brilhar. Mas, mesmo assim, ela ganha um pretendente: René (Danton Vigh). Só que os dois não tiveram muita química e não deixaram o público entusiasmado com o romance.
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Lilia Cabral e Dalton Vigh se beijam em Fina Estampa; cenas como essa serão feitas por computador
Divulgação/TV Globo
Vanessa (Milena Toscano) em Fina Estampa
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Caio Castro em Fina Estampa
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Antenor (Caio Castro) em Fina Estampa
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Pereirinha (José Mayer) em Fina Estampa
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Marcela (Suzana Pires) em Fina Estampa
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Celeste (Dira Paes) em Fina Estampa
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Baltazar (Alexandre Nero) em Fina Estampa
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Guaracy (Paulo Rocha) e Griselda (Lilia Cabral) em Fina Estampa
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Esther (Julia Lemmertz) em Fina Estampa
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Teodora (Carolina Dieckmann) em Fina Estampa
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Abertura de 'Fina Estampa'
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Malvino Salvador não teve contrato renovado com a Globo
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Caio Castro está de volta às telinhas como Antenor, de 'Fina Estampa'
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Renê (Dalton Vigh) em Fina Estampa
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Ferdinand (Carlos Machado) em Fina Estampa
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Lilia Cabral como Griselda, a Pereirão, de 'Fina Estampa'
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Fina Estampa - Griselda ( Lília Cabral )
TV GLOBO / Renato Rocha Miranda
Fina Estampa - Griselda ( Lília Cabral ) e Antenor ( Caio Castro )
TV GLOBO / Alex Carvalho
Fina Estampa - Antenor ( Caio Castro ), Amália ( Sophie Charlotte ), Griselda ( Lília Cabral ) e Quinzé ( Malvino Salvador )
TV Globo / Estevam Avellar
Carol nos papéis de Solange ('Fina Estampa') e K2 ('Malhação: Viva a Diferença')
fotos TV Globo
"Acho que o Aguinaldo foi muito corajoso de escrever a novela na época, correndo todos os riscos de ser politicamente incorreto e botando na boca dos personagens coisas que hoje o politicamente correto condenaria completamente. E é para isso que existe a ficção. Você já viu governo mais politicamente incorreto que esse? A gente está falando de ficção, na ficção você pode e deve ser livre. Difícil é a liberdade que determina morte e vida das pessoas. A arte não tem esse compromisso e não deve ter. É libertadora por isso", opinou.
Ela, inclusive, lembrou de sua personagem Haydée, em "América", e criticou o atual governo: "Quando fiz uma cleptomaníaca, por exemplo. É terrível, é verdade, existem pessoas que têm essa doença. Aí você faz o quê? Tranca num quarto e finge que não existe? O ser humano precisa do espelho da arte. Isso o liberta. Ele chora, ri, reflete. Por isso, tentam desmontar todas as entidades de cultura neste país nos últimos dois anos praticamente. A arte é perigosa, ela pode e deve ser politicamente incorreta. O que não pode ser politicamente incorreto é o governo, que faz com que as pessoas estejam passando fome, morrendo sem respirador. Que tem corrupção e está queimando a Amazônia inteira, entregando ouro para bandido. Queimar a Amazônia é imperdoável. Não é fazer "Fina estampa" que é imperdoável", disse a intérprete da grande vilã da trama de Aguinaldo Silva à coluna de Patrícia Kogut.
Sobre Pigossi, ela disse que ele tem o direito de manifestar a sua opinião. "O nome disso é democracia. Eu luto para as pessoas terem o direito de falar o que elas quiserem. Ele tem o direito de manifestar a opinião dele. Posso concordar ou não. Como você já viu, não concordo. Eu gosto da novela e adoro minha personagem. As pessoas têm o direito de se arrepender de ter feito tal personagem. Eu não me arrependo de jeito algum. Se tivesse que fazer, faria de novo e me divertiria tanto quanto ou mais, porque acho que agora devo estar melhor como atriz do que há nove anos. Então, provavelmente, seria mais abusada ainda. Eu acho que ele fez muito bem o papel dele. Era difícil para caramba. É um bom ator", disse.