"Fui um homem tóxico, um marido péssimo, uma pessoa que cometeu excessos ao se relacionar com pessoas do seu próprio ambiente de trabalho. Embora confesse os meus excessos, eu jamais tive alguma relação que não fosse consensual e jamais pratiquei algum ato de violência com quem quer que seja na minha vida", iniciou Marcius Melhem.
No relato escrito pelo jornalista João Batista, da Piauí, em uma festa da Globo, Marcius teria imobilizado Dani Calabresa para forçar um beijo. A cena teve diversas testemunhas. Mesmo assim, Melhem continua negando.
"Com uma das mãos, ele imobilizou os braços da atriz. Com a outra, puxou a cabeça dela para forçar um beijo. Assustada, Calabresa cerrou os lábios e virou o pescoço, mas Melhem conseguiu lamber o rosto dela. Em seguida, tirou o pênis para fora da calça. Enquanto a atriz tentava soltar os braços e escapar da situação, acabou encostando mão e quadris no pênis de Melhem", diz o texto.
Melhem, então, refutou a veracidade do episódio. "O que eu posso dizer é que aquilo que aconteceu naquela festa, aquela narrativa [apresentada na 'Piauí'] é completamente fantasiosa, irreal. Tenho testemunhas de que aquilo não aconteceu. Se tivesse acontecido... dali ela [Dani] teria ficado traumatizada comigo. Isso não aconteceu! Uma semana depois daquela festa, que eu teria feito aquilo, aquele absurdo, a Dani me convida para ir à Disney, eu e minhas filhas".
Desde o início da polêmica, que está ganhando musculatura como "estopim do Me Too Brasileiro", Melhem vem dizendo que irá assumir seus erros. Sobre isso, o ex-diretor confessa que hoje vê certas atitudes como invasivas. Ele também alegou que evitaria ter intimidade com os profissionais, segundo o próprio, essa pessoalidade proporcionou a ambiguidade para que tudo isso acontecesse.
"Nunca ninguém me falou, ou chegou pra mim, ou se queixou que eu estava assediando alguém. Hoje, vejo diferente. Olho para comportamentos que tive, flertes dentro do trabalho, e vejo que alguém pode ter essa leitura. Sinceramente vejo que essa leitura pode existir. Mas, até por isso, é preciso que os casos apareçam. Se aparecer qualquer caso que eu tenha assediado alguém, passado do limite com alguém, que eu tenha sido inconveniente com alguém, inconsequente, eu imediatamente vou reconhecer. Estou disposto a reconhecer qualquer coisa que eu tenha feito, qualquer coisa. Eu já me expus".
Melhem também disse que, mesmo lamentando ter que tomar esta atitude, fará uma interpelação judicial a Dani Calabresa, pedindo que ela confirme ou desminta relatos de assédio que teria sofrido.
Ao todo, a Piauí informa que conversou com 12 vítimas de Melhem, sendo duas de assédio sexual, sete de assédio moral e três que sofreram os dois tipos de violência.