Arnaldo Jabor tinha 81 anosReprodução

Rio - Jornalistas, músicos e outras personalidades usaram as redes sociais para lamentar a morte do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, nesta segunda-feira, aos 81 anos. Ele estava internado desde o dia 16 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a família, as complicações do AVC foram a causa da morte. 
Regina Casé, que atuou em longas de Jabor, lamentou a partida do cineasta. "Serei sempre grata ao Jabor por ter chamado aquela garota que estava começando a fazer teatro no Asdrubal para fazer cinema! Na minha estreia no filme 'Tudo Bem', a primeira cena rodada foi com Fernanda Montenegro. Eu, tão sem noção, saí dando o texto e entrei pelo corredor a dentro deixando o Dib e o Jabor às gargalhadas. Olha que incrível: ele pediu para o Dib tirar a câmera do tripé e me seguiu pelo apartamento! Isso é dar muita moral para uma menina iniciante que não sabia nem o que era um set de filmagem. Depois no filme 'Eu Te amo', me deu carta branca pra improvisar. 'Faz o que você quiser!'. Obrigada por ter confiado e por sempre acreditar nos novos, no novo! Muitas vezes obrigada! Um abraço bem quente em você, Carolina Jabor", escreveu.
Já a atriz Zezé Motta a mente brilhante do artista. "Descanse em paz, querido Arnaldo Jabour. Um brilhante cineasta, cronista, jornalista… Um dos mais inteligentes, culto, criativo. Tive o privilégio de trabalhar com ele em 'Tudo Bem', que ganhou o Candango de Melhor Filme, no Festival de Brasília (1978). Obrigada por tudo Jabour, obrigada por suas obras, textos, ideias, pensamentos, por sua arte. Meus sentimentos, meu abraço à família, amigos. Uma grande perda", declarou.
Outro ator que trabalhou com Jabor e se pronunciou na web foi Michel Melamed, que rodou “Meu Último Desejo”, obra ainda inédita e semd ata de lançamento. "Tive a honra de participar do último filme do Jabor, ainda inédito. Conhecia a obra, claro, canônica ('canônica?!', e soltaria um palavrão e faria comentário espirituoso); o comentarista, de quem discordava muitas vezes (até a ascensão do genocida, claro, daí todos unidos); e do teatro, onde, pra minha alegria e vaidade, assistiu alguns dos meus espetáculos. Preâmbulo desnecessário, não fosse pra dizer que o convívio me encantou com o muito mais que um gentleman... Te abraço com amor e gratidão. Viva o cinema! Viva Jabor", disse.
A jornalista da Globo Christiane Pelajo usou as redes sociais para homenageá-lo. "Jabor era enorme! Na vida e na obra! E que obra ele nos deixou: no cinema, nas crônicas, nos artigos, no rádio e na tv. Quando Jabor chegava, a redação se iluminava e ficava mais barulhenta! Ele era um holofote! Provocador, inteligente, rápido, contestador e muito corajoso!"
Outros jornalistas da GloboNews também lamentaram publicamente a partida do colega. “Jabor querido, vá em paz... Além de tudo o que era, Jabor era um cara simples. Nossos encontros, no camarim, tinham um pouco de tudo. Ele parava pra te ouvir, embora soubesse muito mais do que qualquer um de nós”, escreveu Natuza Nery. "Que tristeza. Jabor nos deixou", disse Carla Bonfim. Já Octavio Guedes relembrou uma frase de Nelson Rodrigues, uma das maiores influência dele. "'(Jabor) era profundo até num oi', Nelson Rodrigues", publicou.
O comentarista da CNN Fernando Molica também lamentou. "Arnaldo Jabor foi um grande cineasta, que ampliou os limites do Cinema Novo. Bateu bola com Nelson Rodrigues, escarafunchou relações amorosas ('Eu sei que vou te amar' e 'Eu te amo'), destroçou o universo da classe média em 'Tudo Bem'", destacou.
A humorista Dadá Coelho foi uma das primeiras a comentar a triste notícia. "Arnaldo Jabor partiu. Meus sentimentos à família, amigos", declarou. João Barone, baterista da banda Paralamas do Sucesso, também lamentou. "Arnaldo Jabor, sempre genial e incisivo, vai fazer muita falta", postou. Fafá de Belém também se pronunciou. "Descanse em paz, Jabor", publicou. 
A apresentadora Sonia Abrão, da RedeTV, lamentou a partida do jornalista. "Mais uma luz que se apaga! O Brasil cada vez mais no escuro," ponderou. Britto Jr, ex-comandante de "A Fazenda" também comentou. "Fez arte, foi crítico, fará falta", postou.
A atriz Cris Vianna também o homenageou. "Que grande perda é a partida de Arnaldo Jabor! Sua contribuição pro jornalismo, literatura e cinema serão eternas. Descanse em paz! Meus sentimentos para a família. Que grande perda é a partida de Arnaldo Jabor! Sua contribuição pro jornalismo, literatura e cinema serão eternas. Descanse em paz! Meus sentimentos para a família", publicou.
Trajetória
Arnaldo Jabor nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940. Ele iniciou a carreira na década de 1960, quando concluiu o curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964. Foi um dos principais nomes da segunda fase do Cinema Novo, movimento que retrava questões políticas e sociais do Brasil inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. 
Ele dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Entre os destaques estão o longa “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues que fez Jabor vencer o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973, e o longa "Tudo Bem", estrelado por Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Zezé Motta, Regina Casé e outras estrelas. 
Ao longo de sua trajetória, além de se dedicar ao cinema, também marcou presença na literatura e no jornalismo. Em 1991, começou a escrever crônicas para jornais e também fazer comentários políticos em programas televisivos da Globo, como o "Fantástico", "Jornal Nacional" e ‘Jornal da Globo’.