Perlla e Patrick AbrahãoDivulgação

Rio - A cantora Perlla divulgou no Instagram, nesta sexta-feira, uma nota em defesa de seu marido, Patrick Abrahão, que foi preso na última quarta, na Operação La Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Federal em ação conjunta Receita Federal e a ANM (Agência Nacional de Mineração). Patrick e mais cinco pessoas foram presas, acusadas de fazerem parte de um esquema de pirâmide financeira. 
"No que tange a operação desencadeada pela Receita Federal, Agência Nacional de Mineração e da Polícia Federal da Comarca de Campo Grande / MS, denominada La Casa de Papel, cabe esclarecer que os Srs. Patrick Abrahão Santos Silva e Ivonélio Abrahão da Silva negam veementemente as acusações e com o deslinde da demanda pretendem demonstrar as suas inocências", diz o texto publicado nos Stories, do Instagram, no perfil de Perlla. 
O comunicado, assinado pelo advogado Dr. Farlei Louback Zanon, afirma ainda que Patrick e Ivonélio "acreditam na Justiça" e que eles se colocam à disposição para qualquer esclarecimento. 
Perlla e Patrick se casaram em junho deste ano, após pouco mais de um ano juntos. O casal se conheceu por conta do trabalho do empresário. A cantora se interessou por investimentos e entrou em contato com um amigo em comum de Patrick para saber mais sobre o assunto. Patrick, então, a atendeu e os dois acabaram se envolvendo. 
Prisão
O empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, foi preso na manhã de quarta-feira (19), por agentes da Polícia Federal, no condomínio de luxo onde mora, localizado no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, como desdobramento da Operação La Casa de Papel, executada em conjunto com a Receita Federal e Agência Nacional de Mineração (ANM). A investigação da PF aponta que o empresário tem participação em um esquema de pirâmide financeira que atua em mais de 80 países e causou prejuízo de R$ 4,1 bilhões a, pelo menos, 1,3 milhão de pessoas.

De acordo com informações da Polícia Federal, Patrick é investigado por ser um dos responsáveis pela suposta empresa de investimentos Trust Investing, um esquema de pirâmide usado para cometer crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.
A Trust Investing oferecia para os clientes planos de investimentos com valores que iam desde 15 até 100 mil dólares, prometendo ganhos exorbitantes de até 20% ao mês e quase 300% ao ano. O lucro seria obtido supostamente através de transações no mercado de criptoativos realizadas por profissionais que atuavam na empresa. A organização também incentivava que os clientes captassem novos investidores para o esquema.
Ainda segundo a PF, "as redes sociais passaram a ser inundadas por milhares de reclamações em inúmeros sites, dezenas de páginas sociais e grupos criados no Brasil e em outros países, buscando recuperar o dinheiro investido, tudo sem sucesso”. No portal Reclame Aqui, dedicado a reclamações de consumidores, foram efetuados mais de 100 registros contra a Trust Investing, relatando o "sumiço do dinheiro" e "impossibilidade de sacar qualquer quantia há mais de seis meses".

Além de Patrick, outros cinco mandados de prisão e 41 de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS) com alvos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. A justiça também determinou o bloqueio de $20 milhões de dólares, além do sequestro "de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas".