Susana Vieira reprodução Instagram

Rio - Com mais de seis décadas de carreira, Susana Vieira retorna ao teatro com o monólogo Lady, inspirado na personagem Lady Macbeth. A montagem mistura elementos biográficos com ficção e leva ao palco não apenas a trajetória da atriz, mas também momentos marcantes da televisão brasileira. A ideia nasceu nos anos 1990, quando o ator Diogo Vilela sugeriu que Susana interpretasse Lady Macbeth. "A peça conta minha carreira, mas também a história da televisão brasileira", afirmou.

Susana relembra a infância vivida na Argentina, o início no balé e a estreia como bailarina na televisão ao lado de Maysa. A transição para a dramaturgia veio naturalmente. "Sempre estive no teatro. Trabalhei com Ítalo Rossi, Tônia Carrero, sempre viajei pelo Brasil. É cansativo, mas é o único jeito de o país ver o teatro que é feito em São Paulo e no Rio", disse em entrevista para Quem.

Mesmo após décadas de carreira, a atriz continua atuando em diferentes produções. Em abril, protagoniza Coisa de Novela, comédia que celebra o amor pelas telenovelas e integra a programação dos 60 anos da TV Globo. "Tenho orgulho de fazer parte dessa história. Criei meu filho sozinha, comprei meus imóveis, tudo com meu trabalho. Sou uma mulher feliz e realizada”, declarou.

Saúde e decisões pessoais
Diagnosticada com leucemia linfocítica crônica, anemia hemolítica autoimune e um câncer no rim, Susana escolheu enfrentar os problemas com leveza. Ao receber a notícia do tumor, adiou a cirurgia para concluir a peça e viajou com a família. "Se eu tiver que morrer, quero me divertir com a minha família antes", contou. Após a viagem, passou pela cirurgia e retornou rapidamente ao trabalho nos estúdios da Globo.

A atriz também abordou os desafios enfrentados na vida pessoal. Criticada por relacionamentos com homens mais jovens e por separações, Susana desabafou: “Me expuseram muito, principalmente por causa do Marcelo [Silva]. Mas sempre fui correta. Nunca dei motivo pra falarem de mim".

O distanciamento do filho, hoje vice-presidente da Sony, também foi tema da conversa. “Nunca tive um Dia das Mães com ele. Sempre trabalhei muito. Ia visitar só uma vez por ano”, contou.

Luto, medo e resistência
Susana falou com emoção sobre a perda da mãe e o impacto dessa ausência em sua vida. “Tenho um buraco no coração que nunca fechei. Quando estou frágil, só penso que, se ela estivesse aqui, nada disso doeria.” Também revelou que teme a doença mais do que a morte: “O maior medo é a doença. Mas, enquanto posso decorar texto, pegar avião, fazer teatro e trabalhar, me sinto viva.”