Fernanda MachadoDivulgação/Ashleigh Taylor
Fernanda Machado lança livro sobre vivência na maternidade: 'Minha maior missão'
Atriz ainda lembra perda de útero e cita vontade de voltar a atuar
Rio - Conhecida por papéis marcantes na TV, no teatro e cinema, a atriz Fernanda Machado de 44 anos, lança seu primeiro livro "Tudo que não me contaram sobre a maternidade", nesta terça-feira (6), na Livraria Janela da Gávea, na Zona Sul. Mamãe de Lucca de 9 anos e Leo, de 4, frutos do relacionamento com o norte-americano Robert Riskin, a artista aborda na obra as mudanças hormonais que as mulheres vivem com a chegada da maternidade.
"Pretendo ajudar as mulheres a entenderem como a maternidade gera grandes mudanças hormonais e biológicas, e como essas mudanças têm um impacto gigantesco no nosso corpo, cérebro e saúde mental. Acredito que quando a gente entende o quanto gerar e criar outro ser humano exige do nosso corpo, a gente aprende a ser um pouco mais gentil com nós mesmas, a nos cuidar um pouco mais", diz a escritora.
Natural de Maringá, no Paraná, e residindo há mais de uma década na Califórnia, nos Estados Unidos, Fernanda se aprofundou nas mudanças hormonais da mulher com a chegada da maternidade, e recentemente terminou seu curso de certificação em saúde hormonal feminina para explorar mais o assunto no livro.
"Me apaixonei pela biologia depois que me tornei mãe e comecei a estudar bastante todas as mudanças hormonais que nós mulheres vivemos com a chegada da maternidade. Muito porque enfrentei muitos altos e baixos na minha própria saúde mental... Com o passar do tempo, comecei a dar suporte para as minhas amigas e alunas de yoga, que são mães. E foi estudando que eu descobri que sofro de TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual). Para poder falar disso tudo no meu livro, com bastante embasamento, resolvi me matricular nesse curso de certificação", conta.
Machado, então, comenta o que a maternidade representa em sua vida. "É a minha maior missão, é o meu papel mais importante e é o trabalho mais difícil, mais significativo e mais incrível que eu já fiz na vida. A nossa missão como mães é muito relevante, nós estamos criando seres humanos, nós estamos construindo o futuro e a possibilidade de um mundo melhor", declara ela, que cita os maiores desafios do ofício: "A gente tenta dar conta de tudo como mães. O que é uma tarefa praticamente humanamente impossível, porque a sobrecarga da mãe moderna é muito grande".
Perda do útero
No parto do segundo filho, Machado perdeu o útero porque no parto foi descoberto que ela tinha uma placenta acreta - grudada no útero. Quando tentaram retirá- lá a artista sofreu uma hemorragia grave. "Só um mês e meio depois do nascimento dele que me dei conta mesmo que eu não poderia mais ter um bebê crescendo dentro de mim. Foi nesse momento que senti uma certa tristeza e vivi um certo luto. Mas passou muito rápido, porque toda vez que eu olhava para os meus dois filhos, só conseguia agradecer", lembra.
Dois anos após a chegada de Leo, Fernanda descobriu a perimenopausa, período de transição que antecede a menopausa foi uma surpresa para a artista. "Ninguém falava muito sobre isso nos últimos 10 anos. E a perimenopausa pode começar entre 10 e 12 anos antes da menopausa. Então, demorei anos para descobrir que eu estava vivendo ela com filhos pequenos".
Carreira
Fernanda tem trabalhos em novelas como "Alma Gêmea" (2005), "Paraíso Tropical" (2007) e "Amor à Vida" (2013), além de filmes como "Tropa de Elite" (2007) e peças de teatro. A artista admite que sente falta de atuar, mas que, em sua fase atual, prefere se dedicar a projetos de curta duração, como foi sua participação em "Impuros (2018 - 2019), do Disney+, já que mora no exterior.
"Tenho saudade, sim, com certeza, e pretendo voltar. Mas teria que ser um projeto muito bacana, porque como eu moro longe demais, a minha logística com a família é um pouquinho mais complexa. Eu teria que separar os meus filhos do meu marido, enfim. Então, assim, a logística é complicada, e se pintar, como eu fiz em "Impuros" alguns anos atrás, era um trabalho de dois, três meses, é um pouco mais fácil. Fica um pouquinho mais difícil quando é uma novela de doze meses", explica.
*Reportagem do estagiário Lucas Adeniran, sob supervisão de Isabelle Rosa


