Douglas Sampaio Reprodução/Divulgação

Rio - Com mais de uma década de carreira e passagens marcantes por novelas, realities e agora também no streaming, Douglas Sampaio tem acompanhado de perto as transformações da televisão brasileira. Hoje, aos 32 anos, ele observa com interesse a onda de remakes que tem dominado a programação e as plataformas digitais.
“Vejo como um movimento natural da dramaturgia. As novelas fazem parte da memória afetiva do brasileiro, e revisitar essas histórias com uma nova estética ou leitura pode ser uma forma de conectar gerações diferentes”, analisa.
“Claro que é importante trazer uma atualização de linguagem, que converse com os debates e sensibilidades atuais — sem perder a essência do original”, completa.
Douglas começou a carreira ainda criança no teatro e ganhou projeção nacional em 2011, ao viver Jefferson na temporada de Malhação. Desde então, transitou entre gêneros: da ação bíblica de A Terra Prometida, passando pelo reality A Fazenda — do qual foi campeão em 2015 — até estrear no universo do streaming, integrando o elenco da primeira temporada da série DNA do Crime, sucesso da Netflix.
Mais recentemente, voltou à teledramaturgia na Record com Reis – A Divisão e agora se prepara para uma nova fase atrás das câmeras.
Com tanto repertório, é natural que ele tenha suas próprias referências de novela. E uma delas, segundo ele, marcou de forma definitiva a infância.
“O Clone foi uma novela que mexeu muito comigo. Pela forma como misturava cultura, tecnologia e emoção. Aquela trilha sonora, os personagens… tudo criava uma atmosfera que ficava na cabeça da gente. Acho que foi uma das histórias que me fez olhar pra atuação com mais curiosidade, mesmo sem perceber ainda”, disse o ator que acumula milhares de seguidores nas suas redes sociais.
Se tivesse a chance de escolher qualquer personagem para viver em um remake, ele não hesita: “Seria o Lucas, de O Clone. A complexidade de interpretar dois gêmeos com personalidades tão diferentes é um baita desafio como ator. Exige entrega emocional, técnica… E é uma trama rica, que fala de identidade, escolhas, ciência. Ainda é atual”, revelou.
Douglas sabe, no entanto, que reviver um personagem que já tem a memória do público não é tarefa fácil. E fala com franqueza sobre isso.
“O maior desafio é equilibrar o respeito pela versão original com a liberdade de criar algo novo. O público já tem uma imagem formada daquele personagem, mas o ator precisa trazer verdade e frescor. Não é copiar, é reinterpretar — e isso exige sensibilidade, estudo e coragem pra se arriscar, mesmo sabendo que as comparações virão”, contou.
Entre as novelas que ele acredita que mereciam ganhar uma nova versão, Douglas aposta na ousadia.
“Kubanacan, sem dúvida. Era uma novela muito à frente do seu tempo. Misturava comédia, ação, mistério, até ficção científica. Imagina isso hoje, com os recursos visuais que temos e um elenco afinado com o tom cômico da trama? Daria um remake divertido, fora do óbvio, que poderia conquistar tanto o público jovem quanto os nostálgicos“, disse.
Além da atuação, Douglas também prepara sua estreia como diretor. Em breve, lança o longa 40 Graus, uma produção independente ambientada no Rio, que traz como pano de fundo a estética urbana das praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes.