Mario Sergio Cortella explica por que não tira a barba há 48 anosreprodução Youtube

 Rio - Mario Sergio Cortella, de 71 anos, compartilhou detalhes sobre sua decisão de manter a barba há quase meio século. Em entrevista ao programa "Sem Censura", do Canal Brasil, o filósofo afirmou: "48 anos que não tiro a barba". Ao lado da esposa, Claudia Hamra, ele relembrou como começou a cultivar o visual ainda na juventude, aos 23 anos.


"Ele quem cuida da barba dele", disse Claudia durante a conversa, confirmando que o próprio Cortella é responsável pelos cuidados com o estilo que o acompanha há décadas.

A apresentadora Cissa Guimarães comentou o impacto da imagem do filósofo, destacando o quanto ele se tornou símbolo em salões pelo país. "Descobri, que achei genial, só nesse país, que tem barbearias que você chega lá e diz: 'Quero um corte da minha barba à la Mario Sergio Cortella'. Estudou tanta filosofia e virou nome de corte de barba", disse. Ao ouvir, Cortella respondeu com humor: "A barba à la Cortella". Cissa finalizou rindo: "Essa vida pode ser injusta".

Origem da barba: rebeldia e identidade
O filósofo explicou que a decisão de deixar a barba crescer surgiu como expressão de posicionamento. "Comecei a usar a barba há 48 anos, porque, na minha geração, o uso da barba era um sinal de rebeldia, de recusa", disse. Ele criticou o padrão estético vigente no período pós-Segunda Guerra Mundial, lembrando que o estilo dominante era o "cabelo retinho, só com topetinho na ponta, chamado de corte americano, cabeça curta, sem barba". Segundo ele, a juventude da época passou a adotar o visual barbado como oposição a esse modelo.

Além de filósofo e escritor, Cortella virou personagem recorrente no imaginário infantil durante o fim do ano. "Crianças, às vezes, se aproximam de mim, especialmente, no final de ano, com aquela ideia de Papai Noel", contou. Mesmo reconhecendo a simbologia da barba na filosofia, ele reforçou a diversidade do campo: "Não é obrigatório ter barba para estar na Filosofia, tanto que parte das melhores pessoas na Filosofia do Brasil são mulheres", completou.