Distante dos palcos do Rio de Janeiro desde antes da pandemia de covid-19, Alice Caymmi, agora moradora de São Paulo, retornou à cidade ontem (21), dois dias após ser indicada ao Grammy Latino 2023. Nesta sexta-feira (22), a cantora faz a segunda apresentação do show "Kali" no Manouche, em formato intimista e pulsante.
RENASCER Neta de Dorival Caymmi (1941-2008), um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, Alice apostou que haveria um verdadeiro renascimento na cultura brasileira com o fim da pandemia de covid-19. O conceito da nova turnê nasceu dessa esperança, inspirada pela reconstrução do mundo e em mulheres vistas como assustadoras. A apresentação também é autobiográfica, com a cantora e compositora de 33 anos de idade contando sua história de vida e apresentando seu ponto de vista sobre a própria carreira.
Com "Kali", Alice inverte a ordem comum no mercado musical. A partir do show, vai nascer seu novo álbum de estúdio. Deste projeto, Alice já lançou dois singles: “Las Brujas”, produzido por Iuri Rio Branco, e “Caravana”, parceria de Alceu Valença e Geraldo Azevedo, com participação da cantora baiana Josyara.
Inúmeras canções inéditas fazem parte do repertório, inclusive três novas parcerias com Michael Sullivan, e “Do Acaso”, indicada ao Grammy na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa e lançada no ano passado, com participação de Chico César, autor da música com Ronaldo Bastos. “Um disco que surja de um show bem feito, inspirado na Santa Kali, na deusa indiana Kali, em Maria Bethânia… Escolhi a temática bruxaria porque tem tudo a ver comigo. Eu sempre me dou bem na personagem de mulher assustadora. Nunca serei uma pessoa normal, sou demonizada por ser livre”, conta Alice.
O repertório do show no Manouche também inclui músicas como “Tudo que for leve” (Alice Caymmi), “Iansã” (Caetano Veloso e Gilberto Gil), “Bicho de Sete cabeças” (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha), “Me Leva” (Latino), “Meu Recado“ (Alice Caymmi e Michael Sullivan), “Louca” (Fabio Estefano Salgado e José Luiz Pagán) e “Princesa”, versão do funk de MC Marcinho (1977-2023) gravada por Alice há quase dez anos.
Sobre a nova fase da carreira, a cantora e compositora de 33 anos de idade pontua que suas canções estão cada vez mais em direção ao rock’n roll: “Sempre tive meu pezinho lá, e agora tenho coragem de fazer”.
SERVIÇO Local: Manouche (Rua Jardim Botânico, 983, subsolo da Casa Camolese, no Jardim Botânico) Datas: 22 de setembro Horário: 21h Valort: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada e ingresso solidário, com doação de um quilo de alimento não perecível ou livro, para o ONG Instituto da Criança - e meia entrada)
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