"Só vou deixar de trabalhar para baixinhos quando eles não quiserem mais", diz a Rainha dos BaixinhosBlad Meneghel/Divulgação

A mulher mais assistida da história do cinema brasileiro está de volta às telonas após 14 anos. Embora não se considere atriz, o fato é que Xuxa Meneghel atraiu mais de 60 milhões de pessoas para as salas de cinema ao longo das últimas décadas.
Distante do gênero desde 2009, a Rainha dos Baixinhos está nas telas de todos o país desde ontem (12) em "Uma Fada Veio me Visitar". Não por acaso, o aguardado retorno foi marcado para o Dia das Crianças. "Só vou deixar de trabalhar para baixinhos quando eles não quiserem mais. Quero continuar com o título de Rainha dos Baixinhos eternamente", disse Xuxa, em entrevista exclusiva ao "Xou & Lazer".
Com 22 filmes na biografia, Xuxa ainda não se considera muito experiente no gênero. "É sempre bastante difícil pra mim. Não é uma coisa fácil, que eu consiga decorar e representar legal, mas é um desafio bacana. Quero sempre fazer algo que me desafie", contou a estrela, destacando a alegria de chegar aos 60 anos com esse interesse pela vida.
ATUAL E NOSTÁLGICO
Em "Uma Fada Veio me Visitar", que está em cartaz em mais de 550 salas de cinema, Xuxa interpreta Tatu, fada convocada para fazer Luna (Tontom Périssé) e Lara (Vitória Valentin), duas adolescentes que se odeiam, virarem melhores amigas. No entanto, adormecida por mais de três décadas, Tatu precisa de ajuda não apenas para cumprir sua missão, mas também para se adaptar à cultura e ao comportamento das novas gerações.
No filme, Tatu assume diversas versões e surge vestida como Madonna, She-Ra, Clara Nunes, Angélica e outras figuras icônicas da década de 1980. “Para os dias de hoje, era legal colocar também alguns personagens que as pessoas pouco conhecem, só as mais antenadas, como Boy George e Cindy Lauper”, contou Xuxa. “Consegui colaborar com algumas ideias para termos humor e nostalgia com a Xuxa, que foi parte da minha infância. A frase ‘A She-Ra foi a primeira feminista dos desenhos animados’ foi algo que disse pra Thalita (autora) e que ela amou e quis colocar no roteiro. Rimos muito durante esse processo criativo”, revelou a diretora Vivianne Jundi.
Baseado no livro homônimo de Thalita Rebouças, o roteiro do longa-metragem foi iniciado há mais de dez anos e passou por algumas modificações até sua versão final. "A adaptação de anos atrás (É Fada!, de 2016) era levemente inspirada no livro. Que bom que não aproveitaram o que acho mais legal, que é a Fada Tatu ter dormido por tanto tempo e voltar com roupas da época que viveu na terra pela última vez, os anos 1960", contou a autora, explicando que Xuxa propôs a alteração para os anos 1980 por ter sido sua época de ouro. "Acho todas as fases dela de ouro, mas foi muito bacana poder brincar com a infância que eu tive. Desde a primeira adaptação, que ficou muito aquém do que eu esperava, eu passei a assinar os roteiros de todos os meus filmes, porque não vejo sentido em alguém pegar uma história, rasgar e fazer o que bem entende. O outro filme não me representa", explicou Thalita, revelando que Xuxa sempre foi sua opção para interpretar a protagonista. "É um sonho realizado. A baixinha que mora em mim está berrando! Por essas coisas do universo, acabou acontecendo na hora certa, na volta dela ao cinema. Com 60 anos, Xuxa está abraçando causas que eu também abraço, como etarismo, preconceito e homofobia. A gente está numa sintonia muito boa", completou a escritora, que também participa do filme como atriz, interpretando a Fada Cataloguista.
A presença da Thalita no elenco, que conta com nomes como Zezeh Barbosa, Dani Calabresa e Denise Del Vecchio, foi uma ideia da diretora do longa, que já desejava adaptar uma obra da autora. “Pude colaborar com ideias e ajustes dentro da história, numa parceria muito produtiva e respeitosa com a Thalita. Trabalhar com a Xuxa era o desafio mais incrível que eu poderia ter nesse momento de carreira. Sabia o quanto ela é profissional, experiente e inteligente. Nada melhor do que trabalhar com uma mulher assim”, disse Vivianne, que também comentou a escolha de Tontom Perissé para viver a coprotagonista: “Me apaixonei pela Tontom logo na primeira selftape que ela nos mandou, porque enxerguei na hora a Luna que li no livro e no roteiro”.
XUXA NÃO PARA
O retorno de Xuxa ao cinema faz parte de um dos anos mais movimentados de sua longa carreira. A estrela tem sido amplamente homenageada desde que completou seis décadas de vida, em março, com destaque para a série documental do Globoplay ,que é uma das mais assistidas e comentadas dos últimos tempos. “A celebração dos meus 60 anos realmente não acabou, acho que vai para 61, 62... Ainda falta o filme (biográfico), tem ideia de fazer o musical (para o teatro), tem a tour (musical)...”, disse Xuxa.
UMA FADA VEIO ME VISITAR
Produção: Bronze Filmes
Coprodução: Paramount Pictures e Rubi Produtora
Distribuição: Imagem Filmes
Direção: Vivianne Jundi
Roteiro Original: Thalita Rebouças e Patrícia Andrade
Produção Executiva: Patricia Chamon
Direção de Arte: Fabiana Egrejas
Direção de Fotografia: Leo Vasconcellos
Figurino: Carol Li, Michelly X e Marcelo Cavalcanti
Maquiagem: Marina Beltrão e Edduh Moraes
Música Original: Marcelo Souza