Rio - Intérprete da Lídia na série 'Conselho Tutelar', que teve sua terceira temporada exibida em janeiro na Record - e também no canal a cabo Universal Channel -, Gaby Haviaras brilhou em nosso ensaio, vestindo propostas de mix de estampas para a estação.

E aqui a ideia é brilhar mesmo, com padronagens leves, divertidas e solares, como o verão pede. Naturalmente estilosa e elegante, a atriz conta que as composições foram inspiradoras.

"Foi uma grande surpresa. Tenho dificuldade em usar estampados, porque, às vezes, acho que não sei como usá-los. Vi possibilidades que não imaginava", diz. "Uma mulher que mistura é mais ousada. Vim de uma cidade de praia, Florianópolis (em Santa Catarina). E moro no Rio, também de praia. São cidades que inspiram usar estampas". Ela afirma que a estação mais quente, sem dúvida, é uma inspiração para se libertar, compondo looks mais desenhados. "Verão combina com estampa. E estampas combinam com cidades mais solares, como o Rio".

A atriz é adepta do consumo consciente e ama garimpar peças por aí. "Não curto armário cheio. Se compro algo, sai algo similar. Gosto de encontrar peças incríveis, específicas, como uma jaqueta de um brechó que comprei na Argentina, com um bordado de águia dourada", esclarece. "Sou prática. O visual pode até estar básico, mas tem sempre uma peça que é a estrela. E sapatos, que amo. Bem diferentes. Taí, minha ousadia está nos pés".

MOVIMENTO E BELEZA

Aos 39 anos, Gaby vê mais prós do que contras na passagem do tempo. "Adquirimos segurança. Só temos a ganhar. Sou muito mais segura chegando aos 40 do que estava entrando nos 30. Vem mais consciência, liberdade, autonomia", garante.

Ela é multimídia. Além de atriz, é bailarina e conta que dançar é um dos segredos para manter corpo e mente equilibrados. "Danço desde os cinco anos. Virei profissional aos 13. Dançava oito horas por dia. Dancei profissionalmente até os 25. Nunca deixei de fazer aula. É também meu repertório como atriz, está no meu corpo", observa. "Também faço yoga, mas a dança é uma das atividades mais completas. O corpo fica com memória muscular", completa.

ABAIXO DOS PADRÕES

Com 16 anos de carreira e um biotipo nada mignon, a catarinense comenta a cobrança de um padrão físico no meio artístico, principalmente na TV. "Sofri com isso. E as mulheres que aceitam acabam estimulando uma cobrança coletiva. Se uma mulher mede 40 no Brasil e tem que emagrecer 15 kg pra um personagem, sem maiores justificativas para o trabalho, todas que vierem depois serão cobradas também", lamenta. E alerta: "Hoje, temos ideia que alguém fora do padrão está fora do peso. Nem sempre. Às vezes, só está dentro do seu tipo. Tenho uma estrutura como a da Claudia Raia, nunca ficaria mignon", analisa.

Gaby observa ainda: "Não me lembro de ter visto a Glória Menezes ou a Regina Duarte fazerem tantas transições de peso para um personagem. Isso está no trabalho delas. Atrelar uma composição só a ganho ou perda de peso reduz tudo ao estético. Mas acho que estamos caminhando em outro sentido. Pela diversidade do corpo feminino. E falarmos disso ajuda mais mulheres".

COMUNICAÇÃO COMO OFÍCIO

Mal terminou a terceira temporada da série da Record e Gaby já coleciona projetos em 2018. Ela também é poeta (publica seus versos no perfil @versosparameler no Instagram), e a partir de março estreia como colunista quinzenal do site catarinense 'Acontecendo Aqui', e em um programa na Rádio Em Revista Web. "Os lados se completam. Fui fazer artes cênicas porque entendo o ator como um comunicador", salienta.

Além disso, ela reestreia em 9 de março nova temporada da peça '220 Cartas de Amor', com a Cia. Teatro Íntimo, da qual faz parte há 12 anos, ao lado de Renato Farias, no Sesc Tijuca. "Este é um ano de colher frutos. Plantei muita coisa. Já está começando bonito. O artista comunica e vive para isso. Fui entendendo como é possível transformar o mundo através da arte, da escrita, das redes sociais. E isso tudo me fortalece".